Após o atentado com bombas ao ônibus do Fortaleza, na madrugada dessa quinta-feira (22), o presidente Alex Santiago, em entrevista ao Blog do Torcedor, disse que o clube vai entrar com uma notícia de infração na Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça (STJD) para pedir responsabilidades de Sport, Arena de Pernambuco e Governo de Pernambuco. Seis jogadores ficaram feridos de maneira mais grave e precisaram de atendimento hospitalar.
"Claro que estou falando da maneira mais institucional possível para evitar algo pessoal, mas não podemos deixar isso passar sem a responsabilização, seja do clube mandante, da Arena de Pernambuco e dos órgãos públicos. Antes jogavam pedras e agora estão jogando bombas. Se fosse um ônibus comum, pela quantidade de pessoas dentro, isso seria terrorismo. Não pode ficar apenas em notas de repúdio", disse.
A partir da notícia de infração, o Fortaleza espera que as responsabilizações ocorram. "Quem vai dar seguimento a isso é a Procuradoria do STJD. Não é porque foi com o Fortaleza, mas esse caso precisa ser um marco de basta na violência. O futebol precisa ser preservado", afirmou.
Convém destacar que, de acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o Sport muito dificilmente vai ser punido pelos ocorridos. Em entrevista ao Blog do Torcedor, Andrei Kampf, especialista em direito esportivo, pontuou que a competência do STJD se delimita à esfera da praça de jogo. Como o atentado ocorreu no trajeto para o hotel, talvez o tribunal não tenha esfera para julgar o Sport.
O próprio STJD já se pronunciou sobre o caso e disse que não tem competência para julgar o caso, mas que está atento a futuros desdobramentos. Confira a nota:
"O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol vem a público informar que tomou conhecimento do episódio de violência contra o ônibus do Fortaleza na noite desta quarta, 21 de fevereiro, após o empate com o Sport, pela Copa do Nordeste. Por se tratar de infração ocorrida fora do estádio, o Tribunal do Futebol destaca que a competência para análise e denúncia é exclusiva da Secretaria de Segurança Pública do estado.
Cumpre destacar ainda que, caso haja a identificação dos responsáveis pelos atos, a Procuradoria analisará possíveis medidas contra as torcidas identificadas.
O STJD lamenta que episódios como esse ainda aconteçam no futebol brasileiro e reafirma o compromisso de trabalhar por um futebol mais justo e sem violência".
Sport pede reunião urgente com governo
Além de lamentar o ocorrido, o Sport, por meio do seu presidente, Yuri Romão, solicitou uma reunião com a governadora Raquel Lyra com o objetivo de analisar e identificar os culpados pelo ocorrido. O pedido foi feito junto ao secretário de esportes do estado, Daniel Coelho, e o presidente da Arena de Pernambuco, Marcos Nunes.
Mais cedo, Raquel Lyra também manifestou todo o seu repúdio aos atos de violência.
"Como governadora, garanto que trabalharemos para buscar e punir os culpados. As pessoas responsáveis por esse ato não são torcedores, são criminosos. Futebol e violência não devem se misturar jamais", escreveu nas redes sociais.
O que aconteceu com os jogadores do Fortaleza?
Seis jogadores do Fortaleza foram socorridos após serem atingidos por estilhaços de vidro na madrugada dessa quinta-feira, após o jogo contra o Sport, na Arena de Pernambuco. Na ocasião, uma bomba foi jogada contra o veículo. Entre os feridos estavam o goleiro João Ricardo, os zagueiros Titi e Brítez, o lateral-esquerdo Gonzalo Escobar, o lateral-direito Dudu e o volante Lucas Sasha. Os atletas já estão em Fortaleza, sendo que ainda estão machucados.
Fortaleza vai pedir para não jogar
Além de pedir a responsabilização pelos atos, o Fortaleza vai também pedir que o time não jogue seu próximo jogo, contra o Fluminehnse-BA, pela Copa do Brasil. A partida será fora de casa, em jogo único da primeira fase, na quinta-feira (29), às 20h.