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Butantan afirma que exportará doses extras da Coronavac se Ministério da Saúde não se manifestar

De acordo com o governo de São Paulo, o Instituto firmou contrato para fornecer até 54 milhões de doses extras da vacina para o Brasil, mas pode priorizar demais países se o País declinar delas

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Estadão Conteúdo

Publicado em 27/01/2021 às 14:55 | Atualizado em 27/01/2021 às 20:31
Butantan vai revisar a bula da CoronaVac, de maneira a deixar mais claras as informações sobre a extração do líquido dos frascos e adicionar um QRCode com um vídeo demonstrativo do procedimento - YACY RIBEIRO/JC IMAGEM

Atualizada às 19h17

O Instituto Butantan informou nesta quarta-feira (27) que se o Ministério da Saúde não sinalizar até o fim desta semana que irá adquirir um lote de 54 milhões de doses da vacina Coronavac, feita pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac, os imunizantes terão de ser exportados e não ficarão disponíveis para atendimento dos cidadãos brasileiros. O presidente da instituição, Dimas Covas, vem cobrando publicamente a equipe do ministro Eduardo Pazuello sobre o tema há pelo menos uma semana.

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As 54 milhões de doses seriam de um segundo lote de produção da vacina pelo Butantan, fabricados a partir de insumos importados da China. Covas afirmou que já há negociações com os países vizinhos, e citou a Argentina, como possível destinatário dos imunizantes.

O contrato que o Butantan fez com o Ministério da Saúde, assinado no dia 7 de janeiro, prevê que a instituição, vinculada ao governo João Doria (PSDB), forneceria 46 milhões de doses da vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS), que as repassariam a todos as unidades da federação. Esse repasse seria feito de forma escalonada entre janeiro e abril (o montante de janeiro já foi repassado). Após esse período, entretanto, não há nenhuma garantia de novos repasses.

"Nosso contrato com o Ministério da Saúde é de 46 milhões de doses. Não temos contrato adicional", disse Covas. "Estamos aguardando uma manifestação do Ministério da Saúde em relação a um aumento do contrato para 54 milhões (de doses) adicionais, mas ainda não tivemos nenhum aceno neste sentido", disse Covas.

"Isso me preocupa um pouco porque está na hora de decidir. E, se demorarmos, não vamos, de fato, conseguir ampliar esse número. O Butantan tem compromissos com outros países, tem já acordos de entrega de vacinas para outros países e, se o Brasil declinar desses 54 milhões, vamos priorizar os demais países com os quais temos acordos."

O presidente do Butantan afirmou também que "tudo indica" que os dirigentes do ministério "estão ávidos por vacinas", mas que "precisamos agora da definição". "O tempo neste momento é fundamental", acrescentou. "Todos os países aos quais o Butantan tem obrigação de fornecer a vacina, que são da América e da América do Sul, estão cobrando os cronogramas. Precisamos dar resposta a esses países e dependemos da resposta do Ministério", complementou Covas. Os contratos com os demais países começarão a ser fechados na semana que vem, ainda de acordo com o presidente do Butantan.

O governador João Doria disse que era "inacreditável que, diante de uma pandemia em um País que tem 215 milhões de habitantes, que precisa de vacinas para imunizar os brasileiros, salvar vidas, nós tenhamos o distanciamento entre aquilo que o ministério deveria agir, solicitando mais vacinas que lhe são oferecidas, e esta resposta não é dada. Não serão com 2 milhões de vacinas da AstraZeneca que vamos salvar os brasileiros". "Precisamos de mais vacinas", afirmou.

O Estadão questionou o Ministério da Saúde sobre o tema, e aguarda resposta.

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