Serial Killer de Brasília

Serial Killer: Caçada a Lázaro entra no 18º dia; veja o que disseram os investigados em depoimento

O fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, 74, e o caseiro Alain Reis de Santana, 33, que foram presos suspeitos de ajudar na fuga de Lázaro, prestaram depoimento na Justiça de Goiás nessa sexta-feira (25)

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Giovanna Torreão

Publicado em 26/06/2021 às 10:17
Lázaro Barbosa ficou conhecido como 'serial killer do DF' - DIVULGAÇÃO/POLÍCIA CIVIL

A caçada a Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, que ficou conhecido na internet como o "serial killer de Brasília", entra no 18º dia neste sábado (26). Por volta das 19h20 dessa sexta-feira (25), a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) divulgou uma nota à imprensa para informar que as equipes da força-tarefa continuam na tentativa de capturar o criminoso.

Dupla suspeita presta depoimento

O fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, 74, e o caseiro Alain Reis de Santana, 33, que foram presos suspeitos de ajudar na fuga de Lázaro, prestaram depoimento na Justiça de Goiás nessa sexta-feira (25). A dupla, que trabalhava com o fugitivo, foi ouvidos durante audiência de custódia. Alain teve direito à liberdade provisória, enquanto a prisão de Elmi Caetano se converteu em preventiva e ele foi encaminhado para a Unidade Prisional de Águas Lindas (GO), conforme decisão da juíza Luciana Oliveira da Silveira, da comarca de Cocalzinho (GO). A audiência de custódia foi pela internet e contou com participação da promotora de Justiça Gabriela Starling Jorge Vieira de Mello, representante do Ministério Público de Goiás (MPGO).

De acordo com a juíza, as acusações contra o caseiro eram “frágeis”, especialmente, levando em conta a relação hierárquica entre ele e o fazendeiro. “Não é possível extrair dos autos que ele (Alain) tenha aderido à suposta conduta do proprietário da fazenda de ajudar Lázaro. Quanto à arma e às munições, a posse não lhe pode ser estendida, porque foram encontradas no interior da Fazenda Caetano, que pertence ao outro autuado”, considerou Luciana. “Sem indícios atuais de autoria, é o caso de autorizar a espera do desfecho do processo fora do cárcere, pois (...) a liberdade é a regra, e a prisão cautelar, a exceção”, acrescentou.

Ainda segundo Luciana Oliveira da Silveira, a decisão de manter Elmi Caetano preso se baseia nos indicativos da atuação do fazendeiro para ajudar Lázaro. O fazendeiro teria admitido, na audiência, ser dono da arma e de “número significativo de munições” apreendidos. A juíza teria encontrado “indícios de que ele, por vários dias, deu guarida, em sua fazenda, a criminoso que se supõe de altíssima periculosidade, investigado por praticar crimes gravíssimos e procurado, há mais de 15 dias, por força-tarefa que congrega centenas de policiais”. “Entendo estar presente o perigo gerado pelo estado de liberdade e serem insuficientes medidas cautelares não detentivas para resguardar os bens jurídico em tela”, afirmou a juíza.

A defesa do fazendeiro solicitou prisão domiciliar sob justificativa de que os cuidados médicos na unidade prisional não seriam suficientes para garantir a saúde do acusado. A polícia prendeu os dois na quinta-feira (24/6), na propriedade do fazendeiro, em Girassol.

Denúncia de agressão

Em depoimento, Elmi Caetano alegou ter sido agredido fisicamente no momento da prisão por um policial. Ele, entretanto, não soube informar se era civil ou militar, bem como o nome do servidor. O suspeito disse não ter nada a declarar para todas as perguntas realizadas durante a audiência.

Já Alain revelou que Lázaro comeu e dormiu na fazenda de Elmi Caetano por, ao menos, cinco dias. Também afirmou que o fugitivo o teria ameaçado com uma faca na manhã de quarta-feira (24) e teria ameaçado ir atrás da família do caseiro, caso revelasse a sua localização. Já na quinta, o foragido teria se escondido em um dos quartos da casa e orientando Alain a sair do imóvel, pois havia policiais na cerca da fazenda.

O caseiro teria dito às equipes da força-tarefa que não tinha autorização para deixar eles entrarem. Segundo Alain, ele teria dito isso aos policiais por conta das ameaças. No momento da chegada da equipe, o criminoso teria fugido para um córrego.

Buscas

Cerca de 300 policiais - entre policiais militar, civil e federal de Goiás e do Distrito Federal -, estão envolvidos nas buscas por Lázaro Barbosa de Sousa, em Cocalzinho de Goiás. Estão sendo utilizados três helicópteros, cães farejadores, equipes munidas de equipamentos de visão noturna e térmica, drones e profissionais da inteligência. Os agentes também contam com 40 rádios comunicadores cedidos pelo exército brasileiro.

Os policiais enfrentam dificuldades em encontrar Lázaro pelo fato do suspeito ser especialista na mata da região, conseguindo se esconder e despistar os agentes. Na cidade de Cocalzinho de Goiás, divisa com o DF, foi montado um perímetro onde as operações se concentram. A secretaria de segurança do estado disse ainda que a força-tarefa está avançando nas buscas a Lázaro e que o cerco está ficando cada vez mais fechado.

A SSP reforça que as informações verdadeiras e relevantes para as buscas sejam enviadas para o disque-denúncia (61) 9 9839-5284.

Crimes

Segundo o secretário, Lázaro foi visto pela última vez por testemunhas nessa quinta-feira (24) próximo ao distrito de Girassol. Lázaro é acusado de assassinar quatro pessoas da mesma família no dia 9 numa chácara do DF. Uma quinta vítima teria sido morta em Goiás.

O foragido é investigado também por balear três pessoas no dia 12 no município de Cocalzinho de Goiás, onde se concentram as buscas. Ele já tem uma condenação por homicídio na Bahia e é também procurado no DF e em Goiás por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo. O secretário disse que Lázaro Barbosa é investigado por, pelo menos, sete outros crimes, principalmente latrocínios e assassinatos.

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