Ex-candidata à presidência da República, Marina Silva acusou o governo federal de negligência na contenção e na remoção do óleo que atingiu as praias nordestinas, neste sábado (26). Participando de um protesto na capital pernambucana, a também ativista afirmou que as medidas tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foram tardias.
"O governo não tomou as medidas no tempo certo. Levou mais de 40 dias para fazer alguma coisa. Não acionou o plano nacional de contingência, não articulou atores que podiam ajudar como, por exemplo, buscar o know how da Petrobras. Nada disso foi feito no tempo certo. E quando foi feito, foi feito de forma inadequada", criticou.
Ela também afirmou que o Ministério do Meio Ambiente foi "desmontado" e, por isso, pouco pode fazer para ajudar a população na remoção do óleo. "Ele (Ricardo Salles) desmontou o Ministério do Meio Ambiente e enfraqueceu os órgãos de controle de monitoramento, de fiscalização. É um ministro de uma casca. Por mais que exitam funcionários comprometidos, eles tão sem apoio, sem coordenação", alegou Marina. Ela também classificou como "leviana" a acusação feita pelo ministro de que o óleo poderia ter sido derramado pela ONG Greenpeace.
Para Marina, o desastre, que já promoveu a retirada de mais de mil toneladas de óleo só das praias pernambucanas, prejudica todos os setores da sociedade e criticou a Petrobras. "Já é um desastre ambiental, econômico, social e cultural. Denuncia uma fragilidade muito grande do Brasil no monitoramento da costa brasileira. Mais do que isso, é uma exposição a própria Petrobras, que vai explorar petróleo em águas profundas , num momento como esse, porque não ajuda com uma reposta para uma situação desta magnitude?", indagou a ex-candidata.
Ela também alertou para os danos na saúde do voluntários que ajudam na remoção do material. "É algo que causa tristeza e muita indignação. A tristeza por ver a grande poluição, o grande desastre ambiental que já está sendo no Nordeste brasileiro. Ao mesmo tempo, a gente vê as pessoas completamente desamparadas, tentando elas mesmas tirar os resíduos, com suas próprias mãos, arriscando sua saúde", lamentou.