A mancha de óleo de aproximadamente 200 km² descoberta por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no sul da Bahia tem tamanho equivalente a 28 mil estádios de futebol como o Maracanã, localizado no Rio de Janeiro. Além disso, a mancha tem tamanho equivalente ao da cidade do Recife, que possui cerca de 218 quilômetros quadrados. Mesmo com a revelação dos pesquisadores gerada por satélite, o Ibama negou que a mancha é composta pelo poluente.
De acordo com o professor de matemática Gustavo Duarte, as cidades de Recife (PE) e João Pessoa (PB) têm medida próxima à suposta mancha de óleo detectada. “Esse valor é parecido com a área de Recife (218 km²) e de João Pessoa (211 km²)”, explicou o educador. Em relação a campos de futebol, que geralmente têm 100 metros de comprimento por 70 de largura, a área é de 7 mil metros quadrados. “Isso representa 28.500 campos de futebol”, disse Gustavo.
Casas populares geralmente possuem cerca de 50 metros quadrados. Na conversão para quilômetros quadrados, a proporção para a mancha de óleo fica em 4 milhões de casas com o piso ocupado pela substância.
Apesar de ser possível realizar a representação por área, não há como, no atual momento, detectar a proporção em volume, já que não se tem a altura das manchas divulgadas pelos pesquisadores da UFRJ. “Não temos como fazer o parâmetro, por exemplo, com piscinas olímpicas, porque não sabemos a profundidade e estamos vendo por cima. É uma informação que a gente não tem como calcular”, explicou Gustavo Duarte.
O procedimento para observar a medida de manchas por meio de satélite é feito, geralmente, por escala, que mede a proporção.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) localizaram uma mancha de óleo de aproximadamente 200 km² próxima ao sul da Bahia. A descoberta foi feita através da análise de uma imagem de radar emitida às 11h da manhã do dia 28 de outubro, gerada por um satélite da Agência Espacial Europeia. “O radar é muito sensível a ver rugosidade e lisura. O óleo é muito liso em comparação com a água do mar, que tem ondulações. Onde tem óleo, a água fica muito lisa. Esta é uma técnica consagrada para verificar se existe mancha de óleo”, explica José Carlos Seoane, professor do departamento de geologia da UFRJ e especialista em sensoriamento.
Analistas do Ibama afirmam que a mancha não possui padrões texturais e técnicos apropriados do poluente. “Não é plausível associar tal feição suspeita registrada na imagem de radar do Satélite Sennel como feição com caracteres de derramamento oleoso, pois suas características texturais e multiespectrais, mais ainda e principalmente as condições meteorológicas locais, apontam para a ocorrência de uma célula meteorológica de alta intensidade”, diz a nota técnica.
Até essa terça-feira (29), 268 pontos foram atingidos pelo petróleo desde a primeira mancha identificada pelas autoridades brasileiras, no dia 30 de agosto, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Renováveis (Ibama). Ao todo, 94 municípios espalhados por todos os nove estados nordestinos foram afetados. Das 268 localidades afetadas, 153 apresentam vestígios e 98 não voltaram a observar manchas de óleo.