Alunos desenvolvem projeto que ensina música a surdos e apresentam iniciativa no exterior

Sofia Souza Leão e Leonardo Costa levam o projeto “Ensinando música com o Tubo de Rubens” à Milset, em Abu Dhabi
JC Online
Publicado em 07/10/2019 às 9:00
Foto: Divulgação


Um projeto criado despretensiosamente, para ser apresentado na feira de ciências do Colégio Santa Maria, rompeu os limites da escola e ganhou reconhecimento internacional. Os estudantes Leonardo Costa e Sofia Souza Leão, respectivamente do 2º e 3º ano do Ensino Médio, desenvolveram um método de ensinar música para surdos, por meio da utilização do Tubo de Rubens. “O Tubo de Rubens já existia e era utilizado por cientistas para medir a velocidade do som. Eu comecei o projeto em 2016, Leo entrou um pouco depois de mim. Ele foi pensado para a feira da escola e, conforme a gente ia apresentando, também ia recebendo sugestões e aprimorando”, explica Sofia Souza Leão, de 17 anos.

O experimento envolve um mecanismo que relaciona a vibração dos instrumentos musicais e o resultado dessas vibrações no Tubo de Rubens. Sofia conta que eles foram ao Instituto Inclusivo Sons do Silêncio, que atua há três anos para criar a primeira banda filarmônica inclusiva do Brasil. “Lá nós conhecemos o Carlinhos Lua. Ele foi o fundador do projeto, que é voltado para ensinar música para pessoas com deficiência auditiva. Aprendemos muito lá, acompanhamos atividades e trouxemos muito do que vimos para aprimorar o nosso projeto”, continua Sofia. “Depois que melhoramos o nosso projeto, percebemos que uma aluna surda teve maior noção de altura, de velocidade. Logo na primeira experiência, a gente viu que deu certo”, comemora.

E assim o “Ensinando Música com o Tubo de Rubens” começou a ser reconhecido no meio acadêmico. Após apresentação na feira de ciências no Santa Maria, em 2016, os alunos foram selecionados para apresentar o projeto na Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia (Fenecit), em 2017 - ocasião em que foram premiados como destaque do evento. “Com isso ganhamos uma credencial para expor em Fortaleza, na Milset Brasil. Lá nós recebemos o convite para o Milset Internacional e em 2018 estávamos no México para falar do nosso trabalho”, rememora Sofia. A Milset é um evento que reúne e expõe projetos de ciências, tecnologia, artes e inovação, com o objetivo de tornar a ciência uma atividade popular entre os jovens.

E não parou por aí. A dupla também foi convidada para edição 2019 da Milset, realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. “Quando soube do convite, fiquei muito ansiosa. Porque criei muita expectativa sobre como nosso trabalho seria recebido. Tudo começou como um projeto muito simples, eu não sabia se teríamos a mesma preparação de outros projetos que vão competir em nível internacional. Mas certamente é uma experiência incrível, estou muito feliz, não somente por causa da troca de conhecimento, mas também de cultura”, afirmou Sofia que, em meio às atividades de pesquisa, ainda vai encarar o vestibular. “Ainda não decidi se quero a área do direito, se vou para jornalismo ou relações internacionais.”

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