Os benefícios que a arte pode trazer para uma pessoa extrapolam a ideia do estético. Aos 40 anos, a procuradora federal Rafaella Maciel encontrou no balé uma forma de buscar equilíbrio para o corpo e para a mente. “Eu fazia balé até minha adolescência, mas parei. Agora, mais velha, vejo a dança com outros olhos, para além do bonito. Me faz bem, por ser um exercício, por causa da postura, mas também por causa da música. Amo entrar na sala e ouvir as músicas”, conta. Este ano, pela primeira vez, ela vai subir ao palco ao lado da filha Natália Maciel, de 11 anos, em um espetáculo montado pelo Colégio Santa Maria, onde a menina estuda.
“No ano passado, eu e ela nos apresentamos, mas em momentos diferentes. Agora é que vai ser ainda mais emocionante, porque vamos fazer uma dupla.” Muito mais do que a paixão que sente pelo balé, Rafaella quer deixar para a filha os ensinamentos que a dança pode proporcionar. “Ela tem 11 anos e já está em contato com a música clássica. Esse conjunto pode ajudá-la a desenvolver sensibilidade, concentração, foco, flexibilidade, postura, entre outras coisas que levamos para vários momentos da vida. O benefício é visível”, defende.
A coordenadora do Centro de Arte e Cultura do Santa Maria, Danielle Nogueira, conta que as artes, de um modo geral, podem contribuir para o desenvolvimento pessoal e no processo de aprendizagem dos alunos. “O melhor ensino é aquele que prepara o aluno para enfrentar o mundo sem receio. Por isso temos essa preocupação em despertar e incentivar o talento para arte e para a vida, através da dança, da arte cênica e da música”, explica a professora. “A prática da dança desenvolve e enriquece as qualidades físicas e mentais. Dentro das perspectivas da aprendizagem, os alunos são estimulados a buscar espontaneamente o conhecimento e a ultrapassar barreiras que, através das experiências vivenciadas, incorporam valores para formação de sua personalidade”, ressalta.
E as aulas começam desde cedo. Crianças a partir dos quatro anos já podem ter aulas de balé clássico. “A partir dos 8, temos balé popular e, a partir dos 10 anos, nossos estudantes podem ingressar no balé moderno”, explica a coordenadora. As aulas acontecem duas vezes por semana, com uma hora de duração. Para os níveis avançados, as aulas acontecem quatro vezes na semana, com duração de uma hora e meia, cada. A partir das aulas, e junto a uma equipe de oito pessoas, todos os alunos e pais trabalham durante o ano para montar um espetáculo, como o que Rafaella e Natália vão se apresentar.
“Nós realizamos vários espetáculos. Iniciamos com a abertura do Carnaval, com as alunas do balé popular. Em seguida preparamos a Paixão de Cristo, que é encenada pelos alunos do 5º ano. Em maio, temos a apresentação do coral para o Dia das Mães. E finalizamos o semestre com uma mostra pedagógica do balé onde transmitimos às famílias o que suas filhas aprenderam no primeiro semestre, desde avanços técnicos como também o trabalho de repertório”, explica Danielle.
Já no segundo semestre, além de ter várias apresentações do coral, que culminam com a Cantata Natalina, acontece o Espetáculo Cultural. “Nós fazemos tudo juntos, desde o ensaio até a montagem e, por fim, a apresentação. Este ano terá como tema A Bela Adormecida, e acontece no Teatro Guararapes, no dia 14 de dezembro, envolvendo nossas bailarinas e alunos do ensino fundamental, médio e ex-alunos, como é o caso de Rafaella, que já estudou no Santa Maria e, hoje, além de Natália, tem outros dois filhos na escola.”