Criada no ano passado para oferecer apoio às famílias das crianças com microcefalia e outras síndromes causadas pelo zika vírus no Estado, a União de Mães de Anjos (UMA) lança um pedido de ajuda. A organização tem oito dias para conseguir uma nova sede para armazenar doações, já que a atual, dividida com a ONG Oásis da Liberdade, em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife, deverá ser desocupada até o dia 30.
A ONG, que oferece tratamento para pessoas com dependência química, era mantida por um vereador candidato à reeleição no Recife. Com a derrota nas urnas, o político não poderá arcar com os custos do imóvel alugado. “Quando ganhamos visibilidade e começamos a receber um volume maior de doações, a Oásis da Liberdade nos cedeu um espaço no prédio deles. Agora não temos para onde ir”, lamenta a presidente da UMA, Germana Soares.
A associação recorreu a autoridades e à Arquidiocese de Olinda e Recife, mas não obteve sucesso. O medo é de perder os donativos por não ter onde armazená-los. Ou pior: nem chegar a recebê-los por não ter um ponto de entrega. “Não temos auxílio de nenhuma empresa, e 95% das doações vêm da sociedade”, argumenta Germana.
Os donativos são, em sua maioria, alimentos e cestas básicas que garantem o sustento de famílias inteiras, já que grande parte das 319 mães integrantes da UMA não consegue trabalhar em função da rotina intensa de cuidados com filhos.
A sede também ajudaria a intensificar as terapias de reabilitação. “Temos profissionais voluntários dispostos a ajudar. O que falta é um espaço bem localizado para que as mães de todo o Estado consigam tratar seus bebês”, destaca Germana.
Segundo ela, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) se comprometeu em conseguir um imóvel para a organização, mas não definiu prazos. Ontem, o órgão informou que está estudando a viabilidade da demanda.