Dois detentos morrem em rebelião na Penitenciária Agroindustrial São João

A rebelião já foi controlada pelo Batalhão de Choque
Do JC Online
Publicado em 13/02/2014 às 11:21
Foto: Foto: Diego Nigro/JC Imagem


Atualizada às 14h40

Dois detentos morreram e um ficou gravemente ferido após terem sido baleados em uma rebelião na manhã desta quinta-feira (13) Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ), em Itamaracá, no Grande Recife. Os dois presos foram socorridos pelo Samu e Corpo de Bombeiros, mas chegaram à UPA de Igarassu já sem vida. O terceiro, que ficou ferido, deu entrada no Hospital Miguel Arraes e está passando por cirurgia. Outros três presos ficaram feridos, mas o estado deles não é grave. Estes estão no Hospital da Restauração (HR). A rebelião teve início por volta das 7h30 e foi controlada pelo Batalhão de Choque às 9h.

A informação oficial da Secretaria Executiva de Ressocialização é de que 10 presos ficaram feridos no confronto com agentes penitenciários no início da manhã. Alguns nomes de feridos foram divulgados: Jailson Souto Maior de Assis, Edmilson Ferreira, Gleidson Marques da Silva, Marcelo Jose da Silva e Sidnei Correia.

Os três presos levados ao HR não correm risco da vida. Um sofreu agressão e os outros dois foram atingidos por disparos de arma de fogo.

A rebelião foi causada pela insatisfação dos presos com a atual direção do presídio. Eles reclamam que o atual diretor da unidade, Ricardo Luiz Pereira, trata mal presidiários e familiares, oferece alimentação de péssima qualidade e não permite a entrada de comida trazida por parentes. Familiares comentaram que os presos já chegaram a pagar a quantia de R$ 0,50 para utilizar o banheiro. Um efetivo de 50 policiais do Batalhão de Choque foi ao local. Com a chegada do BP Choque, o clima da manifestação foi amenizado, mas ainda está sendo negociado o fim do tumulto. O CB informou que quatro viaturas foram enviadas para Itamaracá e uma pessoa já foi socorrida.

Do lado de fora do presídio, era possível ouvir os manifestantes gritarem palavras de ordem, como: Fora o diretor! Fora o diretor! Alguns detentos subiram no telhado da penitenciária, armados com pedaços de madeira. Familiares dos presos já estão na portaria, mas não foi permitida a entrada de ninguém.

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Familiares dos detentos foram proibidos de entrar no presídio - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Batalhão de Choque organiza Penitenciária Agroindustrial São João, após rebelião - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Familiares dos detentos foram proibidos de entrar no presídio - Foto: Diego Nigro/JC Imagem

 

O secretário executivo de ressocialização, Romero Ribeiro, declarou que será aberta uma sindicância para apurar como os detentos se feriram. Agentes penitenciários informaram aos familiares a identidade dos presos feridos, para aliviar a preocupação. Apesar da maior reivindicação do movimento ter sido a saída do atual diretor, o secretário não revelou nenhuma posição do governo sobre o assunto.

A PAISJ é um presídio de regime semiaberto que possui capacidade para 650 pessoas, mas comporta 1.870 detentos, dos quais 450 saem todos os dias para trabalhar, com uma tornozeleira de monitoramento. O promotor da vara de execuções penais de Pernambuco, Marcelus Ugiette, também confirmou a situção complicada em Itamaracá. "Um tumulto em um presídio semiaberto já é uma situação estranha, porque é um regime menos rígido. Estão confirmados os feridos, mas ouvi que podem ter quatro mortos", disse Ugiette.

O promotor também informou que os presos destruíram partes da unidade, como o refeitório. Ele disse que algumas coisas foram queimadas e bancos de concreto foram quebrados.

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