Motorista que matou três na Tamarineira pode pegar até 70 anos de prisão

O motorista João Victor Ribeiro será indiciado por homicídio doloso e lesão corporal, pois, para a Polícia, ele assumiu risco de matar ao dirigir bêbado
Da editoria de Cidades
Publicado em 05/12/2017 às 11:31
O motorista João Victor Ribeiro será indiciado por homicídio doloso e lesão corporal, pois, para a Polícia, ele assumiu risco de matar ao dirigir bêbado Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem


O estudante João Victor Ribeiro Leal, de 25 anos, que dirigia o Ford Fusion a 108km/h que atingiu a Toyota RAV4 onde estava a família do advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, 46, no último dia 26, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, e matou três pessoas, pode pegar até 70 anos de prisão se condenado. O delegado Paulo Jean, responsável pelas investigações, encaminhou o inquérito ao Ministério Público e indiciou o motorista por triplo homicídio doloso, pois ele assumiu o risco de matar ao beber e dirigir em alta velocidade, e lesão corporal dupla grave, já que o advogado e a filha dele, Marcela, de 5 anos, permanecem internados. 

No acidente, morreram a esposa de Miguel, Maria Emília Guimarães, 39 anos; seu filho Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, 3; e a babá grávida de três meses Roseane Maria de Brito, 23. Paulo Jean afirmou que o jovem não irá responder pelo aborto de Roseane por não saber que a babá estava grávida e não haver tipificação na legislação para o caso. 

"O depoimento dos amigos dele, que afirmaram que começou a beber por volta das 12h do domingo, entrando pela noite, e do médico que o atendeu na UPA foram essenciais para que fechássemos o inquérito em homicídio doloso", explicou o delegado. Paulo Jean também afirmou que o exame de drogas não foi feito pois o de alcoolemia já era suficiente. O Ministério Público de Pernambuco tem cinco dias para analisar o inquérito e dar prosseguimento a ação penal, além de pedir prorrogação da prisão do jovem. 

Prisão

João Victor está preso preventivamente no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. A Justiça negou pedido inicial de seu advogado para que ele trocasse o presídio por uma clínica de tratamento para pessoas com dependência química. A família afirma que ele já foi internado duas vezes, em 2014 e 2016.

Amigo que prestou depoimento à polícia informou que eles beberam um litro de uísque em uma hora e Victor ficou passando mal, instantes antes do acidente, por volta das 19h30. Ele teria sido deixado pelos amigos dormindo no carro, com a chave na ignição para que o ar-condicionado ficasse ligado. Em alta velocidade, Victor avançou o sinal vermelho, no cruzamento da Avenida Rosa e Silva com Rua Cônego Barata, atingindo a lateral do carro da família Motta Silveira. 

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