O corpo do artista plástico Francisco Brennandfoi cremado no fim da manhã desta sexta-feira (20), no cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. A cerimônia foi restrita a um pequeno grupo de familiares. As cinzas dele serão jogadas na Oficina de Cerâmica criada pelo artista no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife.
Conheça o local onde cinzas de Brennand serão depositadas
As cinzas vão voltar ao pacífico convívio com a atmosfera que não poucas pessoas, no mundo todo, já se referiram como “mágica”: as terras do Engenho Santos Cosme e Damião, cercada pela Mata Atlântica, onde foi erguida a Oficina que espalhou o nome Francisco Brennand para toda parte, sem fronteiras. No conjunto arquitetônico que acomoda mais de duas mil obras, o artista já havia concebido o mausoléu ao qual batizou de O Templo do Sacrifício, é lá que repousará.
A capela – que ao lado do Templo do Sacrifício, da Accademia, do Anfiteatro, do Salão de Esculturas, do Templo Central e do auditório formam o complexo de edificações – foi recebendo visitantes ao longo da noite. Colegas de ofício como João Câmara, Tiago Amorim, Roberto Ploeg e Edson Menezes marcaram presença. “A Oficina é um campo de estudo para qualquer pessoa que deseja fazer da arte uma profissão”, declarou Farfan. “Não há ninguém como Brennand. Sua obra é um achado arqueológico futurista. Era uma magia conversar com ele e absorver sua erudição, um artista que, como poucos no Brasil e no mundo, dominava várias técnicas, dialogava com todas as linguagens”, complementa.
“Dificilmente um artista não se sente o centro do mundo, portanto, ele é o herói que tudo comanda. O que não quer dizer que não exista algo que fique à mercê de uma corrente que flui no Universo e que independe de nossa vontade e escolha”, concluiu o artista na última entrevista concedida e publicada na edição do Jornal do Commercio do dia 15/12.