Para George Clooney e Sandra Bullock, "Gravity" foi desafio emocional e físico

Filme abre oficialmente a 70ª edição do Festival de Veneza e representa o retorno de Cuarón ao cinema de ficção científica
Marcelo Pereira
Publicado em 28/08/2013 às 13:47
Filme abre oficialmente a 70ª edição do Festival de Veneza e representa o retorno de Cuarón ao cinema de ficção científica Foto: AFP


 

VENEZA - Os atores americanos George Clooney e Sandra Bullock, que protagonizam o filme "Gravity", do mexicano Alfonso Cuarón, como dois astronautas perdidos no espaço, revelaram em Veneza que rodar o longa-metragem foi um "desafio emocional e físico".

"Rodamos em condições extremas, entre cabos e quase sempre sozinha. Tinha que suportar porque valia a pena contar a história do filme. Na verdade, foi uma experiência física e emocional incrível", afirmou Bullock.

"Gravity", que abre oficialmente a 70ª edição do Festival de Veneza, representa o retorno de Cuarón ao cinema de ficção científica, depois de "Filhos da Esperança" (2005).

O filme, apresentado fora da disputa, custou 80 milhões de dólares e foi produzido pelo americano David Heyman, o mesmo da série "Harry Potter".

Críticos e jornalistas em Veneza receberam muito bem o filme estrelado por Clooney e Bullock este filme de ação cheio de suspense, e aplaudiram após sua projeção em Lido, ilha da célebre laguna onde o festival é realizado a casa ano.

Apresentado fora de competição, "Gravity" conta a história de um astronauta em fim de carreira (George Clooney) e de uma especialista em engenharia médica (Sandra Bullock), largados no espaço, sem esperanças de serem resgatados após a destruição de sua nave espacial.

Fazendo com que o espectador passe simultaneamente do interior do capacete de cada astronauta ao exterior, no espaço sideral, o diretor consegue criar as sensações de asfixia e ansiedade sentidas pelos protagonistas, o que é reforçado pelo 3D.

Para interpretar a brilhante doutora Ryan Stone em sua primeira missão no espaço, Bullock teve que abrir mão de seu corpo, utilizá-lo sempre lentamente - "como uma máquina", disse -, enquanto sentimentos, desafios, dores e adversidades se acumulavam.

"O que me agrada nestas situações adversas é que nos recordam como a vida é valiosa", disse a atriz, de 49 anos.
"Meu irmão é amigo de um astronauta e pediu que ele me ligasse do espaço para perguntá-lo sobre como o corpo reage sem gravidade. Conversamos por celular, isto foi incrível".

Para Clooney, trabalhar em uma espécie de caixa de luz em meio à vastidão do espaço representou, sobretudo, um desafio técnico. "Tinha que evitar reagir de maneira instintiva à queda de objetos a alta velocidade, falar velozmente e ao mesmo tempo movimentar lentamente. Foi um trabalho extraordinário", contou o ator, que chegou a Veneza com a própria embarcação.

As duas estrelas de Hollywood, premiadas com o Oscar, demonstraram segurança e fizeram várias piadas.
Clooney, sempre questionado sobre temas políticos, foi perguntado sobre uma possível intervenção dos Estados Unidos na Síria, mas evitou falar sobre o tema.

O ator, todavia,  confirmou a aquisição de um satélite. "Adquiri um satélite que está situado entre o Sudão e o Sudão do Sul para vigiar as atrocidades que são cometidas na região e tentar por todos os meios controlá-las", declarou o ator, com seriedade, ao falar sobre seu compromisso com as iniciativas de paz na África.

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