Em visita à Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana, no Grande Recife, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, discutiu medidas com a diretoria da estatal para a continuidade da operação da Hemobrás. Após meses de imbróglio envolvendo a empresa, o ministro garantiu que vai dar prioridade nas soluções para a estatal. Em 2017, a Hemobrás teve lucro líquido de R$ 172 milhões.
“Estamos garantindo que queremos continuar as obras, retomadas este ano. Ainda temos esclarecimentos a fazer aos órgãos de controle. Apresentando um plano de investimento, a Hemobrás vai se tornar plenamente ativa”, diz Occhi, garantindo o aporte de recursos federais.
Atualmente, a Hemobrás aguarda liberação de R$ 300 milhões empenhados na Lei Orçamentária Anual para as obras. A estatal está construindo subestação elétrica e no bloco B05, onde ficarão armazenados os medicamentos e insumos.
“Além disso, se conquistar o investimento de US$ 250 milhões da Shire, será possível dar celeridade à construção”, diz o presidente da estatal, Oswaldo Castilho. O investimento da Shire, empresa privada responsável pelo fornecimento e transferência de tecnologia para produção de fator VIII recombinante, depende da análise da Parceria para Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a Hemobrás.
Esse processo se estende desde o ano passado, quando o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, tentou levar a produção de fator VIII recombinante para o Paraná.
“Nós tivemos uma readequação do projeto de transferência de tecnologia, por parte da Shire, que foi encaminhada ao Ministério da Saúde. A readequação atende às exigências do marco regulatório da PDP. Um desses pontos é a transferência da célula mestre”, explica Castilho, que acredita que o assunto deve entrar na pauta do conselho deliberativo para decisão definitiva em até duas semanas.
O ministério também deve lançar novo edital, ainda este mês, para a contratação de empresa fracionadora de plasma. O objetivo é fracionar 200 mil litros que estão estocados na sede da Hemobrás, em Goiana.
Por meio do fracionamento, é possível produzir hemoderivados que ajudam no tratamento de várias doenças, como albumina para queimaduras, problemas nos rins ou fígado; e fator IX para combater hemorragias e tratamento da hemofilia B.