Após perder em 86, Alemanha dá o troco na Argentina na Copa de 1990

Em uma Copa marcada pela baixa média de gols, alemães venceram os argentinos para conquistar o tricampeonato mundial
Vinícius Barros
Publicado em 25/02/2018 às 11:14
Em uma Copa marcada pela baixa média de gols, alemães venceram os argentinos para conquistar o tricampeonato mundial Foto: Estadão Conteúdo


Após 56 anos, os tricampeões italianos voltavam a receber um mundial em seus domínios. Mas, se em 1934 a decisão agradou os anfitriões, dessa vez, eles tiveram que se contentar em assistir uma reprise do duelo de 1986, agora com um desfecho triste para os argentinos e feliz para os alemães.

O Mundial daquele ano se notabilizou pelo nível técnico abaixo do esperado, com destaque para a média e gols por partida de 2,21, a menor ao longo das vinte Copas já realizadas.

Derrotada na final quatro anos antes para o time comandado por Maradona, a Alemanha foi ao Mundial de 1990 em busca de tirar o gosto amargo de ser vice-campeã.

Logo na primeira fase, começou mostrando quem manda no Grupo D. Contra Iugoslávia e Emirados Árabes duas sonoras goleadas foram aplicadas. Primeiro por 4x1, com gols de Matthäus (duas vezes), Klinsmann e Völler e, em seguida, por 5x1 diante do país do Oriente Médio. Nessa partida, além desses jogadores, o meia Bein guardou o dele.

A Colômbia foi o adversário do terceiro jogo, encerrado em 1x1, único empate dos germânicos na chave. Aos 44 do segundo tempo Littbarski balançou as redes, mas no minuto seguinte Freddy Rincón deixou tudo igual para os sul-americanos.

No mata-mata, a equipe do técnico Franz Beckenbauer encarou já nas oitavas um rival bem conhecido: a Holanda, oponente na decisão de 1974. Assim como 16 anos antes, quando o treinador esteve em campo como atleta, a vitória foi por 2x1. Os marcadores foram Klinsmann e Brehme para Alemanha e Koeman para os holandeses.

Nas quartas de final e na semi, jogos com poucos gols. Com um magro 1x0, anotado de pênalti por Matthäus, a Checoslováquia foi mandada de volta para casa. Já na fase seguinte, um acirrado confronto terminado em 1x1 contra a Inglaterra levou à disputa de pênaltis. O goleiro Ilgner se destacou ao defender uma das cobranças e classificar seu país para final.

Revanche contra a Argentina

A decisão simbolizou um reencontro. Novamente diante dos argentinos, a Alemanha precisava romper com o trauma causado quatro anos antes. Para isso, a solidez defensiva entrou em cena. Se em 1986, os europeus foram vazados três vezes na final, em 1990 não deram nenhuma brecha. Em jogo truncado e sem brilho, um pênalti duvidoso sofrido por Völler deu a chance à Brehme de abrir o placar. Diante dele, o tradicional pegador de pênaltis Goycochea, que até acertou o lado, mas não defendeu. Com apenas cinco minutos para o fim, os alemães viram o tempo passar até sagrarem-se tricampeões mundiais.

Na memória da torcida brasileira, a partida que ficou guardada foi a da eliminação para os grandes rivais argentinos. Não só pelo resultado, vitória hermana por 1x0 ainda nas oitavas de final, mas também pela famosa história da “água batizada”. Durante o jogo, o massagista da Argentina entrou em campo para atender o meia Troglio e ofereceu água aos jogadores. O lateral-esquerdo do Brasil, Branco, se aproximou e recebeu uma garrafa do meia Guisti. Após beber, sentiu-se mal. Anos depois o caso da água com sonífero foi revelado por Maradona em um programa na tv argentina.

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