Os outros dois acusados pela morte de Paulo Ricardo Gomes da Silva foram presos nesta quinta-feira (8/5) e já estão no Cotel. O primeiro deles, Luiz Cabral de Araújo Neto, de 30 anos, foi capturado no interior do Rio Grande do Norte, pela manhã. O segundo, Waldir Pessoa Firmo Júnior, 34, entregou-se à noite na sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Eles são acusados de arremessar os dois vasos sanitários – um deles atingiu Paulo –, após o jogo da última sexta, entre Santa Cruz e Paraná, pela terceira rodada da Série B do Brasileiro. A exemplo de Everton Felipe, o primeiro a ser preso, ambos pertencem à organizada Inferno Coral.
O que mais chamou a atenção nas informações prestadas à imprensa foi a de que Luiz Cabral Neto tinha como missão matar o presidente da Torcida Jovem do Sport, Mário de Azevedo, conhecido como Marinho. Foi com este objetivo que ele confessou que arremessou um vaso sanitário do anel superior do estádio do Arruda, na noite da sexta-feira passada. O objeto atingiu e matou Paulo Ricardo, de 26 anos.
Quem revelou a confissão e a motivação de Luiz foi o próprio advogado dele, Carlos Alberto Rodrigues Lima. Ele informou não ter presenciado o depoimento, mas depois conversou com o cliente que explicou o desejo de se vingar de uma briga ocorrida depois do último jogo entre Sport e Santa Cruz, no dia 13 de abril, pelo Estadual.
“Luiz contou que foi surpreendido por Marinho e outros elementos da Jovem, que o espancaram. Eles utilizaram até um taco de beisebol. Agrediram ele que teve dentes quebrados, marcas no rosto e cortes na cabeças. Bateram tão forte nas partes íntimas a ponto de ainda hoje estar com ferimentos”, disse o advogado.
Apesar de querer vingança, Luiz contou ao advogado que não premeditou o crime e decidiu, por impulso, jogar a privada porque teria visto Marinho no grupo que estava na rua. “A intenção de Luiz ao ir ao jogo era de se encontrar com Marinho. Quando estava na arquibancada, pensou ter visto ele lá embaixo. Então se deixou levar pela chance de se vingar e jogou a privada. Não havia a intenção de machucar nenhuma outra pessoa que não fosse Marinho”, relatou.
Sobre a participação de cada um no crime Luiz foi taxativo: “Ele disse que Everton arrancou a privada. Com a ajuda do outro (Waldir), Luiz arremessou as privadas”, disse Carlos Alberto. A versão foi confirmada por Waldir.
O advogado contou que depois do arremesso Luiz saiu correndo sem ter visto direito se havia atingido alguém. De acordo com o advogado, o seu cliente recebe acompanhamento de uma psiquiatra. “Não sei a doença, apenas sei que sofre de desequilíbrio mental. Ele toma dois remédios controlados por dia por recomendação médica. No dia do crime, não tomou essa medicação e bebeu bastante no jogo”, afirmou, querendo claramente dar a entender que o mesmo não estava em pleno gozo de suas faculdades mentais.
Na próxima semana, haverá uma coletiva sobre a investigação.
Leia a entrevista com o presidente da Jovem na edição desta sexta (9/5) do JC