O abismo entre o Sport e os demais concorrentes ao título do Campeonato Pernambucano de 2018 nunca foi tão grande na história do Estadual. Mesmo a diretoria leonina promovendo um corte drástico de 25% dos gastos com o departamento de futebol em relação ao ano passado, a folha salarial do elenco rubro-negro nesta temporada segue alta e gira em torno de R$ 3,4 milhões - 17 vezes superior que a do Náutico, adversário desta quarta (23).
Como se não bastasse a discrepância financeira entre os dois clubes, o Sport chega no Clássico dos Clássicos com os jogadores tranquilos (pois ainda não perderam nesse ano, com duas vitórias e um empate) e descansados, já que o time só está disputando o Pernambucano nesse momento.
Se o Náutico sofreu uma enorme reformulação em seu elenco ao final da temporada passada, os rubro-negros por sua vez procuraram manter a base do grupo. Por mais que tenha perdido nomes importantes como Diego Souza (São Paulo), Patrick (Internacional) e Mena (Bahia), a diretoria leonina foi ao mercado e contratou de maneira pontual. Chegaram apenas seis reforços: Marlone, Gabriel, Pedro Castro, Léo Ortiz, Capa e Felipe. Isso, sem dúvida, tem ajudado o técnico Nelsinho Baptista nesse início de trabalho, já que boa parte dos atletas atuaram juntos no ano passado e estão entrosados.
Mesmo com todos os fatores favoráveis, Nelsinho descartou o favoritismo. “É um clássico. Além disso, as duas equipes ainda estão se aprontando e nenhuma está 100%. Vamos nos preparar da melhor da melhor maneira possível para vencer.
A superioridade leonina, que está na Série A e tem um investimento bem superior ao Timbu, não é negada no lado alvirrubro. “O Sport seguramente é favorito para o Campeonato Pernambucano. O Náutico, pela tradição que tem, não vai entrar em nenhum jogo sem pensar em vitória no Estadual. Mas, em condições normais, o Sport é favorito. Só quem está sendo levado pela paixão não quer enxergar isso”, disparou o técnico Roberto Fernandes.
Após estrear no clube da Rosa e Silva na derrota contra o Central, Júnior Timbó também falou sobre o favoritismo rubro-negro. Sincero, jogou a responsabilidade na Ilha do Retiro, mas afirmou que a parte financeira não entrará em campo na Arena de Pernambuco.
“Todos nós estamos cientes disso. Sabemos que o Sport, não só em Pernambuco, mas no Nordeste, é uma potência em termos financeiros e de estrutura. Mas é clássico e vai ser travado dentro de campo. Quando a gente entrar lá, ninguém quer saber da conta bancária de ninguém. Aqui existem profissionais capacitados e temos que defender essas cores. O favoritismo é deles. Ninguém é mais menino. Porém, quando entra em campo, são 11 contra 11 e que vença o melhor”, afirmou o meia.
Baiano de Feira de Santana, Júnior Timbó afirmou que conhece a rivalidade do Clássico dos Clássicos e afirmou que enfrentar o Sport será uma oportunidade para reconquistar a torcida na temporada 2018. “Sou nordestino, acompanho o futebol daqui e fui campeão da Copa do Nordeste (pelo Vitória, em 2010). Sei o peso de jogar aqui no Náutico. O clássico é uma oportunidade de entrar lá e realmente mostrar que temos condições de vencer”, disse.