O atacante Daniel Bueno, apresentado nesta quarta-feira pelo Náutico, construiu parte da sua carreira atuando por equipes de fora do Brasil. Contudo, nunca atuou em potências do futebol mundial. Sempre jogou em países periféricos da bola, como Malta, Polônia, Japão, República Tcheca e até o Iraque. Esse último não traz boas lembranças ao jogador. Ele atuou pelo desconhecido Zakho SC, do Curdistão, uma região autônoma iraqueana, em 2013.
"Foram poucos dias lá. Foi nem no Iraque, era um país fora do Iraque e que a liga convocou o time que eu fui para jogar o campeonato iraquiano. Quando cheguei ao país e não me senti legal, pedi para ir embora. Foi isso que aconteceu. Não me senti adaptado e pedi para ir embora, para sair do clube", relatou o jogador.
A região em que Daniel Bueno se refere vive hoje sob a tensão e o medo do grupo terrorista Estado Islâmico. Os curdos, como são conhecidos os nativos do local, lutam pela independência. Eles, inclusive, receberam apoio dos Estados Unidos na luta armada contra os terroristas. Receberam armas e até carros de guerra.
O tempo longe do Brasil, segundo o próprio Bueno, atrapalhou a sua carreira. A decisão em voltar ao país se deu após conversas com a esposa e a filha, que foi alfabetizada no exterior.
"Eu resolvi voltar muito tarde. Minha filha foi alfabetizada fora do Brasil, em Malta. Chega uma hora que cansa um pouco. Conversei com ela e a minha esposa e resolvemos voltar. O meu primeiro clube na volta foi o XV de Piracicaba. Depois teve um desemprego de oito meses, aí teve um treinador que me ajudou. Joguei a Terceira divisão em 2016 e a Segunda em 2017", explicou. Bueno atuou por Flamengo-SP, Rio Claro, Bangu e São Caetano desde a sua volta ao Brasil.