Vítima de abuso sexual na infância, a pernambucana Joanna Maranhão publicou nas redes sociais sua opinião sobre as acusações direcionadas para ao treinador Fernando de Carvalho Lopes. De acordo com a nadadora, o que mais a incomoda é o silêncio das vítimas e das testemunhas. Ela ressalta que pedofilia é um crime e precisa ser combatido.
Joanna sofreu abusos sexuais de seu treinador quando iniciava a carreira na natação, com nove anos. Passaram-se anos até ela ter coragem de revelar as histórias ao público, há 10 anos. Ela relembrou os acontecimentos. “Nunca vai deixar de doer e de me sentir impotente quando me deparo com histórias como essa. Para além do crime e das cicatrizes, das infâncias usurpadas, dos talentos desperdiçados, o que me revolta é o silêncio e a conivência”, argumentou a nadadora.
Aos 31 anos, a nadadora se tornou símbolo da luta contra a pedofilia, dando inclusive nome à Lei Joanna Maranhão, que combate o crime sexual contra crianças e adolescentes. Na época, em 2008, ela acionou a Justiça contra seu agressor. Anos depois, criou a ONG Infância Livre para ajudar as vítimas de violência.
No texto publicado nas redes sociais, Joanna pediu respeito. “Peço e espero que a imprensa tenha respeito ao enfrentamento desses atletas, que não façam perguntas pedindo para descrever os abusos porque isso significa reviver tudo. Vocês não têm ideia de como dói. Apurem, falem, falem muito, mas tenham empatia com as vítimas e com suas famílias, por favor”, alertou.