Luta para recuperar passado de glórias do futsal pernambucano

Estado já teve times com sucesso nacional, mas hoje o cenário não é tão próspero
Davi Saboya
Publicado em 22/12/2019 às 8:30
Estado já teve times com sucesso nacional, mas hoje o cenário não é tão próspero Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


O futsal em Pernambuco não é mais o mesmo dos tempos áureos das décadas de 70, 80 e principalmente 90, quando recebeu grande aporte financeiro de empresas. Para o presidente da Federação Pernambucana, Luís Cláudio, hoje esse é o principal problema no Estado. Além disso, a falta de um planejamento a longo prazo dos clubes e saída dos jovens para o Sul do Brasil são outros entraves destacados pelo gestor para o brilho do esporte não ser mais o mesmo que consagrou grandes estrelas como João de Deus (Náutico), Manoel Tobias, Calípio e Fininho (Votoratim).

“A falta de investimento no Estado faz com que a gente não consiga montar grandes times e com alto poder competitivo. Até porque também muitos dos nossos bons atletas não chegam no adulto e são contratados antes pelas potências do país. Ou por meio do futebol que tira os jovens das quadras pelo grande brilho”, afirmou Luís Cláudio. “Para se ter uma ideia, as quatro equipes que estavam fazendo a semifinal da última Liga Nacional tinham goleiros pernambucanos”, completou.

Por outro lado, o presidente da Federação Pernambucana de Futsal ressaltou que atualmente o Campeonato Pernambucano abrange todo o território estadual. “Com todo respeito, agora temos um competição estadual de verdade. Um torneio que atinge todo o interior também para consagrar o vencedor. Antes era a maior parte da Região Metropolitana do Recife e alguns convidados”, ressaltou. Prova disso é que a final do adulto teve Asec Caruaru contra Garapa Petrolina – os caruaruenses foram os campeões.

Referência na área técnica, o treinador Fabiano de Souza, o Chokito, classificou como um problema de gestão nacional o tímido desempenho do futsal em Pernambuco e outros Estados afastados do eixo Sul-Sudeste do Brasil. “Existe uma centralização e uma não abertura de espaço. É difícil lidar com os custos elevados. Principalmente porque vivemos em um país continental e o gasto com viagens é muito alto. O futsal continua sendo importante como modalidade, quando passa na TV chama atenção e ainda mostra expressões interessantes”, justificou.

Chokito ainda apontou possíveis caminhos que o esporte pode seguir para recuperar a visibilidade. “Insisto em quatro pontos: é preciso que as agremiações pensem primeiro no esporte, uma maior diálogo com as mentoras tendo como foco o futsal, uma organização e esforço coletivo para buscar e seduzir investidores, além de se preocupar com a qualificação de quem vai fazer a diferença na ponta da quadra”, destacou.

PASSADO DE GLÓRIA

Apesar do brilho do futsal em Pernambuco não ser mais o mesmo, o Estado guarda uma grande história. No final da década de 60 e início dos anos 70, o Náutico, das estrelas João de Deus e Mirinda, conseguiu o feito inédito para o Estado, em 1976, de conquistar o título da Taça Brasil, o segundo torneio mais importante do país no momento, porém, de maior tradição.

Em 1990, a Votoratim, dos craques Fininho, Manoel Tobias, Calípio, Juninho Pernambucano e Mazurik, chegou perto da marca e ficou com o vice-campeonato. Dezessete anos depois, a Universo disputou a competição e acabou em terceiro lugar. Mais na frente, em 2009, o Tigre também conseguiu ser vice-campeão e, três temporadas depois, ficou na terceira posição. Esses três últimos times capitaneados pelo técnico Chokito e dentro da quadra André Lafayette. 

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