Desde que chegou ao Santa Cruz, o Itamar Schulle sempre deixou claro que possui o intuito de montar uma equipe forte defensivamente. Com uma marcação firme, onde os jogadores brigam para recuperar a posse da bola. Apesar da imagem de que o Tricolor poderia ter um time retranqueiro, os números dos últimos trabalhos de Itamar Schulle mostram exatamente o contrário. Times com defesas equilibradas, com média próxima de um gol sofrido por jogo, mas com ataques bastante positivos.
O melhor exemplo é na campanha do vice-campeonato da Série C, em 2018, com o Cuiabá. A equipe mato-grossense teve o melhor ataque da competição, com 42 gols marcados em 24 jogos. Uma média de 1,75 gol por jogo. Para se ter uma ideia, é a segunda melhor marca da competição desde 2012, ano em que o atual formato com dois grupos de 10 equipes seguido de mata-mata, foi implementado. Perde apenas para o Sampaio Corrêa, em 2013 - ano em que o Santa Cruz foi campeão da Terceirona -, que balançou as redes 43 vezes. Na temporada, foram 53 jogos, 33 vitórias, oito empates e 12 derrotas, 92 tentos feitos e 49 sofridos.
“Em 2013 e 2014. o Novo Hamburgo foi campeão da Copa Rio Grande do Sul com o melhor ataque. Em 2015, o Operário foi campeão paranaense com o melhor ataque. Em 2016, no Botafogo-PB, fomos vice campeões, tivemos um título e fomos uma vez o melhor ataque e o segundo melhor ataque. 2017 com o Cuiabá tivemos um título com o melhor ataque. Na Série C, o acesso, foi o primeiro ou segundo melhor ataque. Então eu tenho que ter uma equipe que marque forte e a palavra já fala. Marcação forte. Um time que só cerca, todo mundo joga. Você tem que ter uma equipe forte, aguerrida, que busque a recuperação da posse de bola, mas que seja equilibrada e saiba que a melhor defesa é buscar o ataque. Temos que ter o equilíbrio”, contou Itamar Schulle.
O último trabalho do comandante antes de assumir o Santa Cruz foi feito no Vila Nova. Ele tentou, sem sucesso, salvar o time goiano do rebaixamento para a Série C. Foram nove jogos com uma vitória, seis empates e duas derrotas. Essa passagem foi um ponto fora da curva do trabalho recente do treinador, que prefere ter mais tempo em um clube de futebol. Nos últimos cinco anos, assumiu apenas cinco equipes diferentes. E em todas manteve o perfil, de ter um time que sabe se defender, mas que ataca com agressividades.
“Até mesmo no Vila Nova, com uma vitória, seis empates e uma ou duas derrotas, fomos a segunda equipe que mais criou oportunidades. Não fizemos os gols, infelizmente, mas é uma outra situação e tendo um bom sistema de marcação. O equilíbrio faz parte. Temos que saber marcar forte e ter entrega sem a bola, saber marcar para recuperar a bola e procurar fazer o gol”, pontuou.
Outro fator é que Schulle quer o Tricolor com uma identidade própria. Um time aguerrido, que brigue pela bola e busque a vitória até o fim. “Marcar forte não é ter uma equipe retranqueira, é ter um time que saiba marcar e buscar o ataque. É isso que buscamos no Santa Cruz. Jogadores com esse perfil, de que saiba sofrer e exercer pressão. É isso que pretendemos realizar no Santa Cruz”, concluiu Schulle.
29 jogos, 16 vitórias, cinco empates e oito derrotas. 41 gols a favor e 24 gols sofridos
→ Melhor ataque do Paranaense, com 28 GP em 17J. Sofreu 19 gols
91 jogos, 42 vitórias, 22 empates e 26 derrotas. 118 gols a favor e 82 gols sofridos
→ Melhor ataque do Campeonato Paraibano em 2016 e 2017
96 jogos, 51 vitórias, 21 empates e 24 derrotas. 176 gols a favor e 98 gols sofridos
→ Bicampeão Mato-Grossense, vice-campeão da Série C, 2º melhor ataque da história da Terceira Divisão no formato atual (disputado desde 2012).