Dezesseis cidades do oeste do Rio Grande do Norte estão em colapso de abastecimento e não estão recebendo água da Companhia de Águas e Esgotos do estado, que está operando a Adutora Médio Oeste com 50% de sua capacidade. Este é o sétimo ano de seca na região.
Os municípios mais afetados são Alto Oeste; Almino Afonso; Francisco Dantas; João Dias; José da Penha; Luiz Gomes; Marcelino Vieira; Paraná; Pilões; Rafael Fernandes; São Miguel; Tenente Ananias; Patu; Messias Targino; Cruzeta; Jardim do Seridó e Santana do Matos. A companhia informou que 82 cidades estão sendo abastecidas por meio de rodízio.
O meteorologista Luiz Cavalcanti disse que a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que, até março, as chuvas ficarão abaixo da média e que, mais uma vez, haverá má distribuição de chuvas na região. Ele informou que há previsão de chuva nos próximos dois ou três dias para a região do Seridó, mas o impacto será pequeno diante do quadro dos reservatórios da região, que estão em situação grave.
Segundo a Companhia de Águas e Esgotos, a área anteriormente alagada, onde ficava a captação da Adutora Médio Oeste, teve que avançar 6 quilômetros dentro da barragem, para chegar ao local em que é possível operacionalizar a retirada do produto. A captação de água está sendo feita diretamente no canal do Rio Piranhas-Açu.
De acordo com a empresa, os municípios mais prejudicados são Messias Targino e Patu, os mais distantes em relação ao ponto de captação da água. A redução no volume da Barragem Armando Ribeiro não permite mais o atendimento dos municípios de destas duas cidades”, disse, em nota, a Companhia de Águas e Esgotos.
Por meio da assessoria, a companhia ressaltou que sua responsabilidade no fornecimento de água acaba no momento em que a fonte fica comprometida. Nesse caso, cabe aos governos municipais e estadual resolver o problema. A água tem sido entregue nesses municípios por meio da Defesa Civil.
O Gabinete Civil do Rio Grande do Norte explicou que, após ser comunicada do colapso no abastecimento de água em determinado município, a Defesa Civil estadual passa a atuar por meio da Operação Vertente, que leva água em caminhões-pipa. A primeira fase da Operação Vertente foi de setembro de 2016 a fevereiro de 2017 e custou R$ 4 milhões. A segunda fase, em que estão sendo investidos R$ 12,7 milhões, teve início em junho de 2017 e encerra no mês que vem. Todos os recursos são oriundos do Ministério da Integração Nacional.
A água usada pela Defesa Civil é captada em poços da Companhia de Águas e Esgotos nas cidades de Vera Cruz e Apodi, que tem sua potabilidade atestada por laudos para que não ofereça riscos à saúde dos beneficiários. Os caminhões também passam por vistoria dos agentes da Defesa Civil para evitar o comprometimento da qualidade da água. O abastecimento é feito em caixas d'água instaladas pelas prefeituras em pontos estratégicos e georreferenciadas pela Defesa Civil Estadual.
De acordo com o Gabinete Civil, o governo estadual tem empreendido outras ações como a perfuração de poços, implantação de dessalinizadores, construção de adutoras, construção da Barragem de Oiticica e outros programas de acesso à água.