Um golfinho foi encontrado morto e com manchas de óleo no corpo, no último sábado (12), em uma praia do município de Feliz Deserto, no litoral sul de Alagoas, segundo o portal UOL. A informação é do Instituto Biota de Conservação, que fez o recolhimento do golfinho para necropsia. Segundo relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), 13 tartarugas e uma ave já morreram oleadas no litoral nordestino até o sábado.
Ainda de acordo com o Ibama, até sábado foram 161 praias atingidas em 72 municípios dos nove estados da região Nordeste.
Pela foto do animal, o professor Cláudio Sampaio, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), diz que se trata de um boto cinza, mas reitera que apenas uma necropsia poderia afirmar se há relação do óleo com a morte - se for confirmada a relação, este será o primeiro mamífero atingido e morto por conta do óleo.
"Aparentemente estava em boas condições físicas, sem sinais de baixo peso, por exemplo. Como a carcaça está fresca, será possível se o animal morreu por conta óleo ou ficou sujo depois de sua morte", explicou o professor.
Equipes do Instituto Biota realizaram a necrópsia do animal, uma macho de 1,79 metro, na tarde deste domingo e constataram que a morte não teria relação com o óleo. Segundo a veterinária Uylla Lopes, não foi encontrado óleo dentro do golfinho. "Não foi observada presença de óleo na cavidade oral, trato digestivo ou respiratório. O animal apresentava marcas de corda no rosto e flanco, além de alterações no trato respiratório, compatíveis com o quadro de afogamento", explica. Pelas análises iniciais, a suspeita é que ele tenha vindo a óbito por interação com pesca.
Também nesse sábado, novas manchas de óleo apareceram no litoral sul do estado de Alagoas, em Barra de São Miguel, levantando a suspeita de que o vazamento permanece ativo em algum local no mar.
"A situação é complexa, o governo pouco informa, dificultando os trabalhos de limpeza das praias petrolizadas e a prevenção de outras. A chegada de novas manchas hoje pode sugerir um outro vazamento de petróleo, mas somente a análise desse material poderá indicar que seja de um petróleo distinto daquele que já chegou às praias", disse Sampaio.