Mais de 500 pessoas se mobilizaram para limpar as praias de Pernambuco neste fim de semana depois que as manchas de óleo voltaram a aparecer. Segundo secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, de quinta-feira (17) até o domingo (20), 71 toneladas de óleo foram recolhidas do litoral do Estado. Em todo o Nordeste, a Marinha do Brasil divulgou que já foram coletadas 525 toneladas de petróleo desde 2 de setembro, quando as primeiras manchas surgiram nas praias da região.
A dúvida que surge é para onde vai este material depois de coletado. De acordo com diretor de proteção ambiental do Ibama, Olivaldi Alves Borges de Azevedo, o Grupo de Acompanhamento e Avaliação, composto pela Marinha, Ibama e Agência Nacional do Petróleo, já articula o destino final do produto. "Estamos em contato com a Associação Brasileira de Cimento Portland e eles estão se mobilizando para receber todo o material na nossa posse", falou. "Eles tem cimenteira por todos os estados. Eles já analisaram e se comprometerem a recolher esse resíduo depois que a prefeitura e os estados acondicionar isso a ser recolhido", explicou.
O secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, revelou que o Estado tem um plano de descarte que está sendo operacionalizado. "A gente já sabe que as cimenteiras tem interesse em comprar e transformar esse resíduo em energia", sinalizou.
Ainda segundo o secretário, o Governo do Estado está fazendo o trabalho de contenção de resíduo, trabalho que normalmente é responsabilidade dos municípios. "Como é um resíduo especifico de óleo, o município não tem esse tipo de descarte. Então o governador Paulo Câmara autorizou que o material que foi coletado e acondicionado próximo do ponto de coleta, que já começou a ser recolhido ontem, fosse levado e pago pelo Estado para os centros de tratamentos de resíduos de Pernambuco.
As declarações foram dadas em coletiva de imprensa neste domingo (20), com Bertotti, Azevedo e representantes da marinha.
O secretário de Meio Ambiente criticou não ter havido repasse de recurso do Governo Federal. "No Plano Nacional de Contingência (PNC), quando alguém comete um crime ambiental desse tipo, quem tem que pagar pelo dano, pela prevenção de maiores danos e pela remediação é quem comete o dano. Como não foi identificado ainda, o PNC prevê que o Governo Federal faça todos os pagamentos", lembrou. "Até agora a gente não recebeu esses materiais, exceto as boias. Mas equipamentos de proteção individuais (EPIs), essas parte de resíduos, esses custos extra, estão sendo todos pagos pelo Governo do Estado, e contabilizados", alfinetou.