Uma pessoa morreu neste domingo (29) em Daca nos confrontos entre a polícia e os manifestantes que pedem o adiamento das eleições previstas para janeiro.
A polícia dispersava com canhões de água os manifestantes, que respondiam com bombas de fabricação caseira enquanto gritavam slogans contra a primeira-ministra Sheikh Hasina, a quem pedem que adie as eleições previstas para 5 de janeiro. "Disparamos para dispersar os manifestantes, que lançaram dezenas de pequenas bombas", declarou à AFP Nur Alam Siddiqui, um funcionário de alto escalão da polícia. Um manifestante ficou ferido e morreu no hospital, acrescentou.
A manifestação, chamada de "marcha da democracia" pela oposição, havia sido proibida pela polícia.
No último ano Bangladesh viveu os confrontos mais violentos desde sua criação, em 1971, que deixaram ao menos 274 mortos. Duas mulheres se enfrentam há anos para dirigir o país: Sheikh Hasina, chefe do governo atual e do partido Liga Wami, e Khaleda Zia, líder da oposição, do Partido Nacionalista de Bangladesh e ex-primeira-ministra.
No sábado, a polícia prendeu cerca de mil manifestantes da oposição como medida preventiva e as autoridades suspenderam os serviços de ônibus, ferry e trens em direção a Daca para isolar a capital do resto do país. Cerca de 11.000 policiais e agentes das forças de segurança foram mobilizados em toda a cidade, declarou à AFP Masudur Rahman, um porta-voz da polícia.
Nos últimos meses, o partido de Khaleda Zia organizou várias manifestações para pedir a renúncia do governo e a criação de um poder de transição antes de novas eleições. A credibilidade das eleições previstas para 5 de janeiro já estão em xeque antes de ocorrerem e os países estrangeiros se negaram a enviar observadores internacionais.
Desde sua criação, em 1971, ocorreram vinte golpes de Estado em Bangladesh.