Em discurso na Casa Rosada, nesta quarta (11), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, criticou o protesto, organizado pelos promotores de Justiça, para lembrar um mês da morte de Alberto Nisman. Eles estão convocando as pessoas a marcharem em silêncio na próxima quarta (18).
Nisman apareceu morto em seu apartamento, no mês passado, um dia antes de apresentar no Congresso denúncia contra a presidente. O promotor acusava Cristina Kirchner e aliados de conspirarem para supostamente proteger responsáveis iranianos pelo atentado à entidade judia Amia, em 1994.
Os promotores pretendem fazer um protesto em silêncio e dizem que não se trata de uma manifestação contra o governo. Mas opositores políticos da presidente confirmaram presença na manifestação, o que despertou críticas de membros do governo.
Em seu discurso, acompanhado por uma militância que ocupou a Casa Rosada, Cristina Kirchner disse: "Fiquemos com o canto, com a alegria, eles que fiquem com o silêncio. Eles sempre gostaram do silêncio".
"Eles não têm nada a dizer porque não podem dizer o que pensam", prosseguiu.
A presidente citou alguns programas do governo, sempre os colocando em oposição "a eles", sem citar diretamente a manifestação ou os promotores. "O ódio nós deixamos para eles, o amor é nosso."