A família de Michael Brown, o jovem negro morto por um policial em Ferguson em 9 de agosto passado, anunciou nesta quinta-feira que entrará com uma ação civil contra as autoridades locais por "morte injustificada".
O episódio deu origem a semanas de protestos em diferentes cidades americanas, alguns violentos, e deflagrou um debate nacional sobre relações raciais e aplicação da lei.
"Achamos, como sempre achamos desde o início, que o policial Darren Wilson não deveria ter atirado e matado Michael Brown em plena luz do dia como fez e que ele tinha outras opções", explicou o advogado Anthony Gray, anunciando a ação que será aberta em nome da família Brown.
Outro advogado da família, Daryl Parks, disse que a ação será apresentada contra o policial Darren Wilson e contra o governo de Ferguson, subúrbio localizado nos arredores do condado de St. Louis, no estado do Missouri (centro dos EUA).
Na quarta-feira, o Departamento de Justiça americano divulgou um relatório, rico em detalhes, no qual acusou a polícia de Ferguson de adotar, reiteradamente, práticas racistas quase institucionalizadas.
Com cerca de 21 mil habitantes, a maioria afro-americana, Ferguson conta com uma força policial e uma câmara municipal compostos, principalmente, por brancos.
No documento, o Departamento de Justiça informa que Wilson não será processado pelo governo federal, alegando que não há provas suficientes de que o policial tenha violado os direitos civis de Michael Brown.
A família Brown manifestou sua "decepção" com o fato de o autor da morte do rapaz "não ter sido responsabilizado por suas ações".
Um grande júri em St. Louis também optou por não indiciar Wilson, depois que, em seu testemunho à Justiça, ele alegou legítima defesa. Segundo o policial, Michael teria tentado tomar sua arma.