A justiça francesa condenou, nesta quarta-feira (16), a cinco anos de prisão uma mãe que escondeu durante dois anos o próprio bebê no porta-malas de um carro. Rosa Maria da Cruz, de 51 anos e mãe de outros três filhos, havia sido condenada em primeira instância em 2018 a cinco anos de prisão, três deles suspensos, mas apelou da sentença. A criança ficou com danos irreversíveis.
Um tribunal de apelação a condenou nesta quarta-feira a uma pena de cinco anos de prisão. Da Cruz enfrentava uma pena máxima de 20 anos.
O caso que chocou toda a França veio à tona em 2013, quando a mãe da garota, chamada Séréna, foi até uma oficina mecânica com o carro no qual mantinha sua filha escondida desde o nascimento, cerca de dois anos antes.
A bebê foi descoberta nua, coberta de excrementos e incapaz de manter a cabeça erguida no carro da mãe. Rosa escondia a existência do bebê de seus filhos e de seu marido. O casal teve outros três filhos, entre 6 e 12 anos de idade, todos na escola e normalmente integrados à sociedade.
Séréna, que vive hoje com uma família de acolhida e em breve fará oito anos, sofre de um déficit funcional de 80%, uma síndrome do autismo certamente irreversível, relacionada às condições de seus 23 primeiros meses de vida, segundo avaliações.
A defesa alegou que Da Cruz sofreu uma negação da gravidez, a terceira em quatro gestações, seguida de uma "negação de filho", argumento que a acusação rejeitou.