Documentos revelam que Facebook bloqueou dados de usuários contra concorrentes

Ao menos 7 mil páginas de documentos revelam como o Facebook usou informação pessoal dos usuários para atrair parceiros com a oferta de dados preferenciais
AFP
Publicado em 07/11/2019 às 7:39
Ao menos 7 mil páginas de documentos revelam como o Facebook usou informação pessoal dos usuários para atrair parceiros com a oferta de dados preferenciais Foto: Foto: Pixabay


Documentos vazados de um processo contra o Facebook revelam como a rede social utilizou dados dos usuários para negociar com anunciantes e prejudicar concorrentes, segundo informações divulgadas pela imprensa americana nessa quarta-feira (6). Ao menos 7 mil páginas de documentos revelam como a direção do Facebook usou informação pessoal dos usuários para atrair parceiros com a oferta de dados preferenciais, enquanto se negava a compartilhar o mesmo tipo de informação com os concorrentes.

O jornalista independente Duncan Campbell entregou a vários meios de comunicação, incluindo Computer Weekly e NBC News, documentos compilados entre 2011 e 2015, incluindo 4 mil comunicados internos do Facebook, que segundo ele revelam "como Mark Zuckerberg e sua equipe administrativa encontraram formas de usar dados dos usuários, incluindo informação pessoal sobre amigos, relacionamentos e fotos, para pressionar seus parceiros".

PROCESSO

Os documentos, agora disponíveis na Internet, procedem de um processo em um tribunal da Califórnia da empresa de aplicativos Six4Three, que acusa o Facebook de arruiná-la ao impedir seu acesso a informações dos usuários da rede social. "Facebook deu ao gigante de vendas online e distribuição Amazon acesso privilegiado a dados de usuários porque o grupo gastou muito dinheiro em publicidade na rede, mas bloqueou a mesma informação para seus concorrentes".

"Os documentos revelam ainda que o aplicativo MessageMe teve seu acesso aos dados suspenso porque estava se tornando muito popular e ameaçava o Facebook", afirma Campbell.

O Facebook não respondeu aos pedidos da AFP para comentar as denúncias.

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