O jornal norte-americano "The New York Times" divulgou nesta quinta-feira (9) um vídeo que aparenta mostrar o exato momento em que o avião ucraniano, que caiu no Irã e matou 176 pessoas na última terça-feira, é atingido por um míssil. A publicação foi feita no Twitter do jornal, que afirma ter verificado o vídeo.
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Segundo o The New York Times, o vídeo mostra que uma pequena explosão aconteceu quando o míssil atingiu o avião, mas a aeronave em si, em um primeiro momento, não explodiu: continuou voando por alguns minutos e virou na direção do aeroporto. Então continuou voando, em chamas, para o aeroporto antes de explodir e bater no solo, segundo mostram outros vídeos verificados pelo jornal.
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O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou nesta quinta-feira (9) que "há evidências" de que o Boeing 737 ucraniano que caiu após decolar de Teerã foi derrubado sem intenção pelo Irã.
Em coletiva de imprensa, o mandatário disse que uma investigação preliminar a qual teve acesso ontem à noite indica a "possível" causa da queda, mas que ainda é muito cedo para tirar conclusões sobre a responsabilidade pelo ocorrido. "Nós precisamos de uma investigação completa e com credibilidade", acrescentou.
Trudeau também afirmou que, por enquanto, o Irã não deseja entregar a caixa preta da aeronave. Segundo o primeiro-ministro canadense, porém, as autoridades iranianas indicaram ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, que liberarão o acesso para uma investigação.
"Vamos conversar com nossos parceiros internacionais, continuar as investigações e falar com o Irã sobre isso", declarou.
Ao ser questionado sobre uma possível responsabilidade também dos Estados Unidos pela queda da aeronave, Trudeau voltou a dizer que é muito cedo para tirar conclusões.
O Irã solicitou ao Canadá que compartilhe sua informação sobre a queda do avião ucraniano na região de Teerã, após a fala do primeiro-ministro canadense.
Em um comunicado sobre "certas colocações de cenários duvidosos", o ministério iraniano das Relações Exteriores pediu ao Canadá que "compartilhe" as informações com a comissão de investigação criada no Irã e convidou a Boeing, fabricante da aeronave, para "participar" do processo.
"A República Islâmica do Irã começou sua investigação para identificar a causa da queda deste avião, com base nos padrões internacionais e nas regulamentações" da aviação civil internacional.
O Irã "convida a Ucrânia, como proprietária do avião, e a Boeing, como fabricante do avião, a participar da investigação", acrescenta o comunicado do ministério.
Teerã disse estar disposto a integrar na investigação especialistas de todos os países que perderam cidadãos na tragédia.
No acidente morreram as 176 pessoas a bordo, principalmente canadenses de origem iraniana, mas também afegãos, britânicos, suecos e ucranianos.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou nesta quinta-feira que dispõe de informações de que o avião ucraniano foi "derrubado" por um míssil iraniano.