Rogério Tolentino, advogado das empresas de Marcos Valério, confessou que tomou um empréstimo de R$10 milhões no Banco BMG, a pedido da empresa de publicidade SMP&B, disse nesta terça-feira (7) o advogado Paulo Sérgio Abreu, durante julgamento no Supremo Tribunal Federal. Segundo o defensor, Tolentino repassou três cheques em branco assinados a Marcos Valério, porém nunca deu dinheiro a deputados do PP.
“Ele tomou esse empréstimo a pedido da SMP&B. A própria empresa calçou um empréstimo com um CDB. Ele vai a SMP&B e dá ao Marcos Valério três cheques assinados em branco. Marcos Valério chama a denunciada Simone (Lobo, ré no processo do mensalão) e pede para preencher os três cheques com importâncias diversas. Ela os remete, por ordem de Marcos Valério, para três deputados do PP – Renato Janene, Pedro Henri e Pedro Corrêa”, disse Abreu.
Durante a sustentação oral, Abreu também contestou a acusação que pesa sobre Tolentino de prática de corrupção, argumentando que ele nunca foi sócio, dirigente ou gestor das empresas de Marcos Valério.
Para o advogado, as denúncias do Ministério Público Federal contra seu cliente são “confusas” e isso fez com que o relator da ação, ministro Joaquim Barbosa, cometesse equívocos ao classificar Tolentino como sócio de Valério. “Essa denúncia é um roteiro para novela das 8. Foi puxando daqui, esticando de lá e chegando ao estrondoso número de 40 (número inicial de réus do processo). Formou três quadrilhinhas para formar um quadrilhão. Esse foi um desejo da Procuradoria-Geral da República. A denúncia, inclusive, leva o eminente relator a cometer enganos”, criticou.