O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), considerou nesta quinta-feira (16) que nada impede que os partidos de oposição discutam a apresentação de um eventual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
O tucano ponderou, contudo, que é necessário aguardar o ritmo de investigações da Operação Lava Jato e que a oposição ao governo federal deve se concentrar no processo de apuração.
Nesta quarta-feira (15), cinco partidos de oposição decidiram atuar de forma conjunta em relação a um eventual pedido de afastamento da petista.
"Nada impede que se discuta. Eu já votei favorável ao impeachment. Era deputado federal quando houve o impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Mas acho que, neste momento, o que se quer é que a investigação seja feita de maneira ampla e profunda", afirmou.
O governador observou que o processo de investigação está em seu início e que ainda podem aparecer fatos novos.
"Nós estamos iniciando um processo investigatório. A sociedade deseja uma investigação profunda, justa, clara e que se faça justiça. Pode ser até que apareçam fatos novos, mas acho que devemos agora nos concentrar no processo investigativo", ressaltou.
A avaliação de dirigentes da cúpula nacional tucana é de que os desdobramentos da nova linha de investigação contra o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, podem servir de embasamento jurídico para um eventual pedido de impeachment.
Preso nesta quarta-feira (15), o tesoureiro é suspeito de ter utilizado uma gráfica ligada ao partido para o recebimento de propina de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.
A cúpula tucana pondera, contudo, que os indícios apresentados até o momento ainda não revelam um "fato determinante" que vincule a presidente ao esquema de corrupção.
Ela avalia também que ainda não existe um consenso no Congresso Nacional para que um pedido de afastamento prospere.
Nos bastidores, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem considerado que é necessário aguardar o ritmo de investigações da Operação Lava Jato para que o partido não se antecipe e acabe dando um "tiro na água".
Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), vice-presidente nacional do PSDB, o tempo de espera, no entanto, não pode ser longo.
"A prisão do tesoureiro se dá por novos indícios e é um caminho para que se busque um fato determinante. É necessário, contudo, que não se faça algo que seja inconsistente juridicamente", afirmou.