Incomodada com as críticas de que seu governo só fala em ajuste fiscal, a presidente Dilma Rousseff convocou reunião ministerial neste sábado (25) para definir uma carteira de concessões prioritárias para este ano e seu modelo de financiamento.
A ideia, segundo um assessor presidencial, é tratar do "segundo momento" do governo, acelerando a implementação de medidas que venham a garantir a retomada do crescimento da economia no segundo semestre depois de feito o ajuste fiscal.
Ao todo, foram convocados 26 auxiliares da presidente, entre ministros, presidentes de bancos públicos e técnicos, que devem ficar reunidos durante todo o sábado, a princípio na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência.
Dilma tem recebidos críticas pelo empresariado de estar presa à discussão das medidas do ajuste fiscal, que ainda não foram aprovadas no Congresso, deixando de lado a agenda de investimentos do país em um momento de forte retração econômica.
A reunião deste sábado será comandada pelos ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda). O primeiro vai detalhar os projetos de concessão para o setor privado que podem deslanchar neste ano e no início do próximo, como aeroportos, rodovias, portos e hidrovias.
O segundo vai discutir o novo modelo de financiamento das concessões, diante da decisão de reduzir o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) nestes projetos.
MENOS BNDES, MAIS SETOR PRIVADO
Joaquim Levy deseja definir um modelo em que o setor privado participe do financiamento destes projetos, o que levará à adoção de regras mais atrativas nos leilões de concessões.
O governo elaborou uma carteira de investimentos de pelo menos R$ 150 bilhões ao longo dos próximos cinco anos em transportes, mas sabe que a maior parte dos projetos ainda não está pronta para ser iniciada concretamente neste ano.
A intenção da presidente, na reunião, é tentar acelerar o que for possível para que o país volte a crescer, de fato, em 2016.
Neste ano, o Brasil vai registrar recessão. As previsões vão de uma retração de 1% a até 2% em 2015.
Na carteira, o que está mais próximo de ser colocado em disputa são mais três aeroportos da Infraero e trechos de rodovias no Paraná, a partir da BR-476. A carteira de investimentos do governo traz projetos em rodovias, aeroportos, portos, hidrovias e ferrovias.
Estarão na reunião, ainda, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e todos da área de infraestrutura, como Eduardo Braga (Minas e Energia), Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Edinho Araújo (Portos) e Ricardo Berzoini (Comunicações).
Foram convocados ainda os presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, e da Caixa, Miriam Belchior.