O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira (15) que o Brasil precisa "buscar tranquilidade institucional" e não deve "se impressionar" diante da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo Temer, "essas coisas todas" estão "abalando a tranquilidade natural" do país.
Nesta terça (14), a Polícia Federal fez, no âmbito da Lava Jato, buscas em casas e escritórios do senador Fernando Collor (PTB-AL) e de cinco políticos investigados por suspeita de participar do esquema de desvio de dinheiro da estatal.
Questionado sobre os efeitos da operação, que irritou o Congresso, Temer disse que não iria comentar o "assunto extremamente delicado", mas prosseguiu.
"Nós temos que buscar no país uma certa tranquilidade institucional, porque essas coisas todas estão, digamos assim, abalando um pouco a natural tranquilidade que sempre permeou a atividade do povo brasileiro. Não temos que nos impressionar com esses atos e levar adiante a ideia de uma grande pacificação nacional."
À pergunta se a Lava Jato era responsável por "desestabilizar o país", Temer disse que não era a operação, mas um "clima de discordância".
"Não é a Operação Lava Jato [que está desestabilizando o país]. Sinto que há um clima de certa discordância que não é útil para o país e nem fruto, digamos assim, do espírito do povo brasileiro. Precisamos buscar uma concórdia de todos os brasileiros, como hoje estavam aqui diversos partidos políticos relevando esse interesse por uma concórdia nacional", concluiu.
O vice-presidente participou nesta quarta, ao lado da cúpula do PMDB, do lançamento da plataforma digital na internet da Fundação Ulysses Guimarães, que tem o objetivo de divulgar o partido e buscar apoio para uma candidatura própria da sigla ao Palácio do Planalto em 2018.
Os peemedebistas, inclusive Temer, entoaram o discurso de que nas próximas eleições presidenciais o PMDB será "cabeça de chapa".