Moro rebate Jean Wyllys e nega omissão de autoridades

Carta de Wylys para companheiros de partido diz que a Polícia Federal e o Estado brasileiro se calaram frente às denúncias
Estadão Conteúdo
Publicado em 26/01/2019 às 17:51
Carta de Wylys para companheiros de partido diz que a Polícia Federal e o Estado brasileiro se calaram frente às denúncias Foto: Foto: Valter Campanato/ABr


Em nota emitida neste sábado (26), o Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado por Sérgio Moro, informou que Marcelo Valle Siqueira Mello, membro do grupo autointitulado 'Homens Sanctos', foi preso em 2018 por fazer ameaças contra o deputado federal Jean Wyllys (PSOL). A nota lamenta a decisão do parlamentar de sair do Brasil, mas diz que a acusação dele sobre omissão das autoridades constituídas "não correspondem à realidade".

Em uma carta para seus companheiros de partido, Jean Wyllys afirmou que as ameaças à sua vida e à de sua família se intensificaram no último ano. O documento diz que a Polícia Federal e o Estado brasileiro se calaram frente às denúncias.

Inquéritos instaurados

De acordo com a pasta de Moro, a Polícia Federal instaurou diversos inquéritos para apurar ofensas e ameaças contra Wyllys entre 2017 e 2018. As investigações, que ainda estão em andamento, permitiram a identificação de Marcelo Valle Siqueira Mello. O suspeito, membro do "Homens Sanctos" usaria a identidade de Emerson Setim para ofender o parlamentar.

A nota ainda repudia a conduta dos que se valem do anonimato da internet para ameaçar qualquer pessoa, "em especial por preconceitos odiosos". Wyllys foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a defender a causa LGBT no Congresso Nacional

O deputado anunciou na última quinta-feira, 24, que abriria mão de seu terceiro mandato e deixaria o País em razão de ameaças e por temer por sua própria vida. Um dos principais opositores do presidente Jair Bolsonaro na última legislatura, ele deverá se refugiar na Espanha.

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