A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná afirmou, nesta quarta-feira (12), que "diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker ao se passar por autoridades e seus interlocutores". "Uma informação conseguida por um hackeamento traz consigo dúvidas inafastáveis quanto à sua autenticidade, o que inevitavelmente também dará vazão à divulgação de fake news".
O coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol teve supostas conversas vazadas, assim como o então juiz federal e hoje ministro da Justiça, Sergio Moro
Os procuradores ressaltam que as "investidas criminosas contra celulares de autoridades de diferentes instituições da República continuam a ocorrer com o claro objetivo de atacar a operação Lava Jato".
"Mais uma vez, na noite da última terça-feira, 11 de junho, um hacker passando-se por um integrante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), cuja identidade virtual havia sequestrado, entabulou conversas com outras autoridades e ainda em grupos de aplicativos de trocas de mensagens eletrônicas. Distorcendo fatos, o hacker enviou mensagens com o objetivo claro de desacreditar a imagem de integrantes da força-tarefa, estimulando ainda que seu interlocutor as compartilhasse com o viés de 'queimar a imagem' dos integrantes do MPF", ressaltam.
A divulgação de supostos diálogos obtidos por meio absolutamente ilícito, agravada por esse contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material alegadamente obtido.
A Lava Jato afirma haver "notícia de ataques a jornalistas, integrantes do Poder Executivo e do Poder Judiciário e Conselheiros do CNMP". "Os relatos dos fatos foram incluídos nas investigações em curso, e a força-tarefa, em virtude da continuidade dos ataques, redobrou as cautelas de segurança".
"O ataque em grande escala, em plena continuidade, envolvendo integrantes do Ministério Público, Poder Judiciário, Poder Executivo e imprensa, revela uma ação hostil, complexa e ordenada, típica de organização criminosa, agindo contra as instituições da República. É necessário não apenas identificar e responsabilizar o hacker, mas também os mandantes e aqueles que objetivam se beneficiar desses crimes a partir de uma ação orquestrada contra a operação Lava Jato", afirmam.
A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo disse que "os procuradores da República Thaméa Danelon e Andrey Borges de Mendonça sofreram tentativa de invasão em seus celulares funcionais no mês de maio". "Na ocasião, o ataque foi prontamente percebido e bloqueado por ambos. Na época, os dois procuradores já não integravam a Força Tarefa da Lava Jato em São Paulo".