Ao sair do Palácio da Alvorada na manhã desta segunda-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro acusou a imprensa de mentir e difamar, e questionou se o objetivo dos veículos de comunicação é derrubá-lo do cargo. Ao cumprimentar simpatizantes, o chefe do executivo afirmou que a cobertura da mídia ao seu governo não pode continuar com ‘covardia’ e ‘patifaria’.
"Eu lamento a imprensa brasileira agir dessa maneira. O tempo todo mentindo, distorcendo, difamando. Vocês querem me derrubar? Eu tenho couro duro, vai ser difícil. Continuem mentindo", disse. Bolsonaro se irritou após matérias divulgadas pela Folha de S.Paulo que falam sobre a investigação da PF de um possível caixa dois em sua campanha presidencial.
A Polícia Federal está investigando se houve caixa dois na campanha de Jair Bolsonaro à presidência da República em 2018. O ex-assessor parlamentar de Marcelo Álvaro Antônio, atual ministro do Turismo, Haissander Souza de Paula disse em seu depoimento à PF que "acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro". O ministro do Turismo foi indiciado pela PF por esquema de laranjas no PSL.
Além do depoimento de Haissander, as suspeitas foram levantadas também por conta de uma planilha, nomeada como "MarceloAlvaro.xlsx". Nela, consta uma referência ao fornecimento de material para a campanha de Jair Bolsonaro com a expressão em inglês "out" que, no entendimento dos investigadores, significa pagamento "por fora".
Em agosto, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou declarações do presidente Jair Bolsonaro com ataques à imprensa. Bolsonaro disse que a imprensa "está acabando" e que o jornal Valor Econômico, especializado na publicação de informações econômicas e financeiras, "vai fechar" como resultado da decisão de dispensar as empresas de capital aberto de divulgar seus balanços em jornais.