WhatsApp admite envio maciço de mensagens durante eleições de 2018

Executivo confirmou atividade considerada fraudulenta
JC Online
Publicado em 08/10/2019 às 16:49
Executivo confirmou atividade considerada fraudulenta Foto: Foto: Sergio Bernardo/JC Imagem


O WhatsApp admitiu que houve envio maciço de mensagens, utilizando sistemas automatizados de empresas de marketing, durante a campanha presidencial nas eleições brasileiras de 2018, segundo a Folha de S. Paulo. Ben Supple, gerente de políticas públicas do aplicativo, confirmou a atividade considerada fraude e, consequentemente, ilegal.

"Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas", afirmou Supple, em uma palestra no Festival Gabo.

No decorrer das eleições, tanto empresários apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PSL), quanto apoiadores do candidato do PT Fernando Haddad, impulsionaram conteúdo contra o adversário. O petista chegou a ser multado pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin, em março deste ano, no valor R$ 176,5 mil por um site contrário a Bolsonaro.

Como os gastos em contratos de softwares de disparos em massa não foram declarados pelos empresários à Justiça Eleitoral, se configura caixa dois. Além disso, o TSE impede o uso dessas ferramentas. 

Ben Supple afirmou ainda que o WhatsApp desencoraja "o uso dos grupos como listas de transmissão" de conteúdos, como ocorre com muitos grupos de apoiadores de políticos. "O WhatsApp foi criado para abrigar conversas orgânicas, entre famílias e amigos", acrescentou.

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