Defesa de acusados de matar Marielle pede suspensão do processo

Os advogados de defesa encontraram falhas no pedido da então PGR Raquel Dodge para federalizar o caso Marielle
Estadão Conteúdo
Publicado em 05/11/2019 às 21:15
Os advogados de defesa encontraram falhas no pedido da então PGR Raquel Dodge para federalizar o caso Marielle Foto: Foto: Mídia Ninja/Reprodução


A defesa do ex-PM, Élcio Queiroz, e do PM reformado, Ronnie Lessa, pediu a suspensão do processo em que são acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Segundo os advogados, novas informações sobre falhas e fraudes na investigação levantadas pela então procuradora-geral da república Raquel Dodge no pedido de federalização do caso indicariam a necessidade de novos depoimentos.

"É preciso suspender o processo até que todas essas novas informações sejam apuradas", afirmou o advogado de Lessa, Fernando Santana.

Explicação para o pedido

No pedido ao juiz, a explicação para a suspensão é: "suspensão do curso do processo até decisão do STJ sobre federalização do caso; reabertura da instrução com oitiva de novas testemunhas; ofício ao STJ, Procuradoria Geral da República e Polícia Federal; e pedido de liberdade dos acusados."

Com isso, o inquérito foi remetido de volta ao MPRJ.

As supostas irregularidades cometidas pela Polícia Civil do Rio na investigação do caso foram reveladas depois que a Polícia Federal, a pedido da PGR, instaurou um inquérito para apurar obstruções no processo.

"É imperiosa a federalização para unir, de vez, toda a atividade estatal de apuração do mandante dos assassinatos em tela, evitando que a manutenção do inquérito na Polícia Civil possa gerar o risco de novos desvios e simulações", afirmou Dodge na época.

O STJ deve analisar até dezembro o pedido da PGR para federalizar as investigações.

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