Por ordem de Eduardo, deputado do PSL é 'desconvidado' de reunião com Bolsonaro

Na manhã desta terça, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) foi informado sobre o ''cancelamento do convite'' para ir ao Planalto
Estadão Conteúdo
Publicado em 12/11/2019 às 16:26
Na manhã desta terça, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) foi informado sobre o ''cancelamento do convite'' para ir ao Planalto Foto: Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados


O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) foi "desconvidado" de uma reunião no Palácio do Planalto, horas antes do encontro marcado para as 16 horas desta terça-feira (12). O evento deve selar a saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL.

Na manhã desta terça-feira (12) horas antes da reunião no Planalto, Tadeu foi informado sobre o "cancelamento do convite" para ir ao Planalto. Segundo o e-mail enviado pelo gabinete da deputada Bia Kicis (PSL-DF), o recuo foi uma "determinação do presidente do PSL na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro".

Na realidade, o cargo de "presidente do PSL na Câmara dos Deputados" não existe. O filho "02" do presidente Bolsonaro é, na verdade, líder do PSL na Câmara, cargo que passou a ocupar após uma disputa com a ala bivarista. "Como parlamentar, militar, e respeitoso aos princípios do presidente Bolsonaro, continuarei votando pelo Brasil e para o Brasil. Nenhum partido, seja ele A ou B, fará eu mudar meus princípios e meu caráter", disse Tadeu, sobre passar à "lista negra" da ala bolsonarista do PSL.

A decisão reforça a lista de parlamentares da "ala bivarista" excluídos do debate com o presidente. Nesta relação já estão nomes como o da ex-líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (SP); do presidente do PSL, Luciano Bivar (PE) e do líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), entre outros. Procurada, a assessoria de Eduardo Bolsonaro não respondeu à reportagem.

Saída do PSL

Bolsonaro deve anunciar nesta terça-feira (12) a saída do PSL. A ideia da equipe de advogados é viabilizar a criação de um novo partido, que deve se chamar "Aliança Pelo Brasil", a tempo de lançar candidatos para a eleição municipal de 2020. Para isso, eles estimam que conseguirão entregar, até março do ano que vem, as cerca de 500 mil assinaturas exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

A ideia é realizada por uma força-tarefa com apoiadores de Bolsonaro para recolher as assinaturas em curto tempo. As equipes devem trabalhar em três turnos em todo o País. Um aplicativo para dispositivos móveis já estaria pronto para registrar os nomes de apoiadores da nova sigla, que seriam validados por meio de biometria.

Na leitura da equipe jurídica que trabalha para Bolsonaro, o TSE já aceita a coleta digital de assinaturas. Um dos advogados que assessora o presidente é o ex-ministro do TSE Admar Gonzaga. A disputa interna do PSL veio à tona no dia 8 de outubro. Naquele dia, na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez críticas ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador do Recife. "O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", prosseguiu. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre dois grupos que se formaram entre os correligionários.

De um lado, os "bolsonaristas", aliados a Bolsonaro que articularam para colocar o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como líder da bancada na Câmara. Do outro, os bivaristas, ligados a Luciano Bivar, presidente da sigla, que perderam o controle da bancada com a destituição do deputado Delegado Waldir (PSL-GO) do cargo de líder do governo, mas ficaram com o controle do partido e abriram processos no Conselho de Ética contra ao menos 19 colegas do grupo oposto.

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