Briga pela paternidade da obra marca abertura da Via Mangue

Durante passagem por Pernambuco, presidente Dilma falou sobre os investimentos do governo federal no Estado e disse que sem a ajuda "a conta não fecha"
Jumariana Oliveira
Publicado em 14/06/2014 às 6:16



Após muitos embates em nível local entre PT e PSB, a paternidade da construção da Via Mangue foi o principal mote do discurso da presitente Dilma Rousseff (PT) durante a abertura da pista para a população do Recife, realizada ontem. Pela primeira vez, a petista relatou a influência do governo federal na construção do via. Dilma foi além. Em pouco mais de dez minutos de fala, a presidente falou da participação da União em obras e ações importantes para Pernambuco, território do presidenciável Eduardo Campos (PSB). A via de 4,5 quilômetros foi entregue - antes de ser concluída - apenas 98% está pronta. 

Antes da visita da presidente, uma disputa entre socialistas e petistas foi travada no Recife. Aliados do presidenciável Eduardo Campos dizem que a maior parte do investimento para a construção da Via Mangue - R$ 331 milhões, do total de R$ 431 milhões - é oriunda de empréstimos. Já os petistas, alegam que a obra só saiu do papel por decisão política da presidente. Durante a abertura da via, foi possível perceber a tônica do discurso que será usado durante a eleição. 

“Em tempos de Copa a gente sabe que só um time ganha a partida. Ninguém individualmente ganha a partida, ninguém. Agora, o governo federal é o atacante porque entra com muito dinheiro, eu quero falar para vocês, não é pouco, não, e, no passado, não tinha isso, não”, afirmou a presidente. Minutos antes, a petista afirmou que sozinhos, estados e prefeituras, não poderiam viabilizar obras do porte da Via Mangue. “A conta não fecha se o governo federal não entrar no jogo”, reforçou. 

O primeiro a falar sobre o assunto foi o prefeito Geraldo Julio (PSB). Logo no início do evento de abertura da via, que durou pouco mais de 20 minutos, Geraldo pediu para fazer um esclarecimento. “Sobre o financiamento eu acho que a gente conclui com uma frase simples, direta e rápida: essa obra é paga pelo povo, para o povo, para servir ao povo”, disse.

O auxiliar, inclusive, saiu em defesa de Dilma no seu pronunciamento. Gilberto Ochi destacou que apesar de “o dinheiro ser do povo, a determinação foi da presidente Dilma”. O ministro destacou, ainda, as obras de mobilidade que estão em andamento na Região Metropolitana do Recife, como os terminais de integração e os corredores do BRT. Dilma também falou sobre os investimentos federais no Estado e em Recife e citou a construção de escolas técnicas em Pernambuco. 

PROTESTOS
Pelo menos três protestos marcaram a visita da presidente. Policiais rodoviários federais, representantes do Movimento da Luta e Resistência pelo Teto (MLRT) e jovens estudantes protestaram por temas diversos. Não houve tulmuto. Eles foram impedidos de chegar próximo ao palanque de Dilma.
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