A discussão de gênero nas escolas municipais foi mais uma vez tema de debate na Câmara Municipal do Recife na tarde desta terça-feira (31). A vereadora Michele Collins (PP), que faz parte da bancada evangélica da Casa, subiu à tribuna e desferiu duras críticas a possíveis discussões sobre religiões de matriz africana que estariam sendo discutidas nas escolas do município. E foi além: mostrou um requerimento feito pela juíza Dilza Lundgren à Promotoria da Educação do Recife pedindo para que fossem tomadas providências sobre a Política de Ensino da Rede Municipal do Recife.
"Um grupo de trabalho que foi implantado com o objetivo de debater condições raciais está discutindo religiões afrodescendentes. Entendemos a importância de tratar da cultura afro e do preconceito. Mas não se pode usar isso para levar as religiões de matriz africana para dentro das salas de aula. Isso cabe aos pais”, criticou.
No texto, a juíza deixa clara que, como cidadã, além de ter trabalhado na Vara da Infância e Juventude de Olinda e da Capital, sente-se "no dever de rerquerer a intereferência dessa nobre Promotoria (da Educação do Recife) a fim de que haja a retirada desse item 4.6 e seus sub-itens da Política de Ensino da Rede Municipal do Recife - Educação Infantil (cujo título 'é as crianças, a diversidade e a valorização das diferenças')". A magistrada argumenta ainda que "os pais têm o direito de que seus filhos recebam a educação moral que lhes aprover".
A vereadora finalizou dizendo que entregaria o requerimento diretamente nas mãos do prefeito Geraldo Julio (PSB), numa reunião que aconteceu no fim da tarde de hoje.