Depois que o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, classificou o deputado federal Túlio Gadêlha como "candidatíssimo" a prefeito do Recife, o presidente estadual da sigla, deputado federal Wolney Queiroz, disse que é papel de Lupi "levantar a bola" dos pré-candidatos, afim de impulsiona-los. Ainda assim, ele lembra que a política é dinâmica e até junho o cenário real será traçado.
Em entrevista ao Blog de Jamildo, nesta terça-feira (28), Lupi confirmou que Túlio deverá ser candidato do partido a prefeito do Recife, pois uma candidatura própria tem como objetivo fortalecer a legenda. “Túlio é candidatíssimo a prefeito. Ele é preparado, um jovem que se dedica a estudar os problemas da cidade e um quadro que defende o nosso partido, inclusive já foi presidente da Fundação local. Tem todas as atribuições para governar o Recife”, disse Lupi.
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Wolney segue a mesma linha de Lupi ao lembrar que a direção do partido já havia decidido por ter candidaturas nas cidades com mais de 200 mil eleitores. "Esse indicativo foi confirmado em reunião do Diretório Nacional de janeiro de 2019. O que o presidente Lupi faz, quando anda pelo Estados ou comenta a situação dessas cidades, é "levantar a bola" desses nomes, afim de impulsiona-los. A política é dinâmica e até junho saberemos qual é o cenário. Até lá, cada um procura fortalecer seu time para a disputa", disse Wolney ao JC.
O PDT está entre os aliados da Frente Popular que ensaiam lançar um candidato próprio ao invés de apoiar o candidato do PSB, que deve ser o deputado federal João Campos. Hoje, os pedetistas fazem parte da gestão de Paulo Câmara e de Geraldo Julio, no Recife. A Secretaria de Habitação municipal, por exemplo, é comandada por Isabella de Roldão. No Estado, o partido indicou a chefia da pasta do Trabalho, sob comando do ex-vereador de Caruaru, Alberes Lopes. Tanto Isabella como Alberes são aliados do deputado Wolney.
Em passagem por Pernambuco, o ex-ministro Ciro Gomes, candidato do partido à presidência da República em 2018, também defendeu uma candidatura do PDT no Recife. "Se depender de nós, da direção nacional, Túlio é candidato", disse. "Nós temos no Túlio Gadêlha um militante padrão. Ele vem da nossa juventude e muito rapidamente se fez respeitado no parlamento brasileiro. Representa o que há de melhor na cultura política nordestina e, quem sabe, a possibilidade de Pernambuco encontrar um caminho novo que não seja a alternância das mesmas forças de sempre, não que não tenham cada qual seu mérito", afirmou ainda.
Além do PDT, o PT estuda lançar a candidatura da deputada Marília Arraes para a Prefeitura do Recife. "O PT não pode abrir mão de ter uma candidatura própria em Recife. Quando chegar em 2022, o PSB vai pedir outra vez para o PT não ter candidato a governador depois de quatro de quatro mandatos? Será que o PT não pode ter a oportunidade de ter candidatura própria? O PT vai ter candidatura própria, a Marília deve ser candidata do PT. Se ela não for para o segundo turno, ela apoia o João Campos ou outro candidato que fizer aliança com o PT. Isso vale para Fortaleza, João Pessoa, Natal, Salvador", disse o ex-presidente Lula em entrevista ao UOL no último final de semana.
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Vale lembrar que o presidente estadual do PSD, deputado André de Paula, também se coloca como pré-candidato à sucessão de Geraldo Julio. E que o nome de Raul Henry (MDB) também está no páreo. Por enquanto, a tese do PSB, já defendida pelo prefeito Geraldo Julio (PSB), é de que as conversas com os aliados ainda irão se iniciar.
Já o deputado João Campos afirmou, nessa segunda-feira (27), que não há novidades caso o PT venha a bater o martelo sobre a candidatura da deputada federal Marília Arraes no pleito da Capital.
Segundo Campos, "Tem sido assim em todas as eleições municipais desde a redemocratização, inclusive 2012 e 2016. Neste momento difícil da política brasileira, em que direitos e conquistas sociais estão sendo ameaçados, nós do PSB achamos importante construir a unidade das forças progressistas, em defesa da democracia e da justiça social". Ele afirma respeitar o PT, caso venha a deixar a Frente Popular, mas que irá seguir "buscando o caminho do diálogo e da construção coletiva de propostas para o Recife, Pernambuco e Brasil", conclui.