Você já ouviu a expressão workaholic? Ela significa: que é viciado no trabalho ou trabalha compulsivamente. Esse termo surgiu nos Estados Unidos para designar aqueles que são viciados em trabalho. Se você trabalha sem parar, não consegue desligar das atividades relacionadas ao trabalho e não tem um dia ou um momento da semana para se dedicar a família, aos amigos e ao que te dar prazer, provavelmente, você é um workaholic.
Os trabalhadores compulsivos são, geralmente, pessoas competitivas, ambiciosas e que muitas vezes precisam provar a si mesmas – e aos outros – que são capazes de realizar algo e terem sucesso. Essas pessoas têm na carreira profissional sua prioridade máxima, muitas vezes abdicando de construir uma família, ter um círculo de amigos ou se dedicar a um hobby.
Com a cultura do ganho e da geração de resultados a todo custo, os workaholics se multiplicaram nas empresas mundo afora. Muitas delas implantaram modelos meritocráticos, em que o ganho está diretamente relacionado ao resultado financeiro que o profissional traz. E isso gerou uma competitividade maior do que muita gente pode suportar. Na prática, o que se vê são profissionais trabalhando além do limite, gerando sim resultados a curto prazo, mas desanimando a médio e longo prazo. Sem dúvidas, o ideal é ter equilíbrio, buscar um estilo de vida que preze por trabalho e lazer. Mas afinal, como ter alto desempenho no trabalho, mas também relaxar e se dedicar a outras coisas?
É preciso saber que, uma hora, o corpo reclama; com o excesso de trabalho, vem a irritabilidade, a imunidade baixa e a falta de memória, só para citar algumas consequências. Com perfil muito centralizador, os workaholics precisam perceber que é impossível dar conta de tudo sozinho e que uma das maiores conquistas de um bom líder é montar um time engajado e comprometido com o propósito da empresa. Delegar as atividades de um projeto e compartilhar com o time as responsabilidades e conquistas, pode ser o primeiro passo para ter uma vida mais equilibrada e com menos cobranças.
Num primeiro momento pode parecer estranho dissociar a dedicação excessiva ao trabalho aos resultados, mas basta parar e refletir para entender que o ideal é buscar o worklife balance, ou seja, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoa e entender que não é preciso ser workaholic para desenvolver um bom trabalho. Não existe receita para isso, mas para ser um bom profissional – e não pirar – é necessário ter capacidade de organização, compromisso com a qualidade do trabalho feito, muita habilidade interpessoal para contratar, treinar e motivar pessoas e consciência da sua responsabilidade.
Mas, afinal, como identificar que você está trabalhando demais? Alguns sinais são claros. Fique atento a eles:
•Passa maior parte do tempo focado no trabalho
Muita gente ama tanto o que faz, que só fala em trabalho; outras misturam trabalho com vida pessoal. E ainda tem aquelas que trabalham tanto que simplesmente não têm outro assunto; parece que a vida gira em torno das atividades profissionais e pronto.
Fique atento a isso; sem dedicação ao trabalho os resultados não vêm. Mas será que focar apenas nisso é certeza de sucesso?
•Nunca faz uma pausa para comer ou conversar com os colegas
Sabe aquela conversa na copa? Aquele almoço com os colegas? E o happy hour na sexta-feira? Isso tudo faz parte do trabalho. A troca de experiências, o bate-papo no café e as conversas descontraídas são essenciais para aliviar a tensão do dia a dia e as cobranças que o trabalho nos impõe.
Seja mais leve e não jogue fora os benefícios da relação interpessoal.
•Vive mal-humorado e estressado
Estresse faz parte do trabalho; preocupação com as entregas, dedicação e senso de responsabilidade são características positivas quando bem dosadas e são naturais nos profissionais motivados e que dão o seu melhor.
O que não é normal é o mau humor e a irritabilidade constante com os colegas de trabalho. Os estressados de plantão costumam levar problemas para casa e prejudicar a relação dentro e fora do trabalho.
Viver emburrado e ser ríspido afasta os colegas e o mais prejudicado é você.
•Julga quem não tem o mesmo ritmo de trabalho
Sabe aquele colega de trabalho que está tranquilo, fazendo suas atividades numa boa, sem desespero? Se você se irrita com quem não tem o mesmo ritmo que você, fique atento.
É bem verdade que tem um monte de gente dando menos do que pode ou deve e o workaholic tende a se irritar profundamente com eles. Tente não se estressar demais com os outros, pois as consequências podem cair em você.
•Prejudica as relações com a família e os amigos
Não é fácil dissociar os problemas do trabalho com os de casa, assim como não é simples sair do escritório e deixar tudo para trás.
Mas a diferença está na dose; preocupação e cobrança são normais. O que não faz bem é o excesso, especialmente quando prejudica sua vida fora do ambiente de trabalho.
Tente separar as coisas ou dosar o quanto de estresse aquele problema merece. Não é tarefa fácil, mas é preciso praticar para conseguir.
•Não tem hobbies
Você lembra a última vez que fez alguma coisa para você? Na vida, é preciso parar, relaxar, pensar um pouco em nós mesmos.
O trabalho é uma parcela das nossas vidas, mas algumas pessoas passam tanto tempo se dedicando a ele que não resta um tempinho para viajar, sair para jantar, andar de bicicleta ou ir à praia.
O trabalho vai tomando uma prioridade – e um tempo – tão grande, que quando você percebe, está vivendo só para ele.
•Não tem outro assunto senão o trabalho
A dedicação é tão grande ao trabalho que você se desliga do mundo? Não está sabendo o que acontece ao seu redor? Seus amigos sumiram e só ficaram os colegas de trabalho?
Faça uma reflexão, retome seus contatos, dedique-se a família e seja interessante para você mesmo.
Trabalho é importante, nos faz bem, mas ser escravo dele é uma grande cilada. Busque o equilíbrio para ser feliz e se sentir completo.