Carreiras e Mercado de Trabalho

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Por Felippe Pessoa
Carreiras e Mercado de Trabalho

Estudo aponta as 20 tendências do futuro do trabalho; confira

Duas empresas se debruçaram em dados e informações relevantes, para traçar tendências sobre o amanhã

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Felippe Pessoa

Publicado em 09/08/2021 às 7:07
MODELO Texto prevê que empregador pode, a seu critério, alterar o regime de trabalho presencial para teletrabalho - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Se tem uma coisa que provoca nossa curiosidade, é o futuro. Como será o amanhã? Como será o comportamento dos jovens de hoje na vida adulta? E quando eles entrarem no mercado de trabalho, será que mudanças significativas virão? Ter respostas objetivas para essas perguntas é impossível, afinal, a vida é imprevisível. Mas é possível traçar tendências, através de muito estudo e pesquisa. E foi exatamente isso que duas empresas fizeram: se debruçaram em dados e informações relevantes, para traçar 20 tendências do futuro do trabalho.

 

A Manpower Group, multinacional especializada em recrutamento e seleção de profissionais e O Futuro das Coisas, fundada pela economista Lília Porto, com o objetivo de vislumbrar e acelerar os próximos passos das empresas, se uniram para criar um material que indicasse o futuro do trabalho. Traçando um panorama do mundo atual, da dualidade entre o caos que a pandemia trouxe e a eterna esperança por dias melhores, o material frisa o quanto precisamos ser flexíveis e adaptáveis para criar uma visão sistêmica do mundo. O tão falado mundo V.U.C.A, que destacava volatilidade, incerteza, complexidade e ambuiguidade, está dando lugar ao mundo B.A.N.I, cujo olhar se volta a fragilidade, a ansiedade, a não linearidade e a incompreensão; claramente um olhar voltado ao ser humano e ao sentimento dele em relação ao trabalho.

As 20 tendências listadas pelo estudo foram divididas em 5 partes. A primeira delas destaca as tendências demográficas e como o envelhecimento da população, a presença da mulher e a diversidade com equidade e inclusão estarão no topo da pauta do mercado de trabalho. É bem verdade que esse movimento já se iniciou e num país como o Brasil, onde a população está envelhecendo, o mercado terá um público consumidor maior e com muito energia para continuar trabalhando. O preconceito velado que ainda existe em relação aos profissionais 50+ deve cair por terra e esse público, cheio de conhecimento e energia, continuará ativo no mercado de trabalho. Quando o assunto é a presença feminina no mercado, o estudo destaca o contexto histórico pouco favorável a elas, e a tendência descrita pelo IPEA, que previa que a presença feminina no mercado de trabalho chegasse a 64,3%, em 2030; mas destaca a queda da participação delas no mercado no último ano, consequência da pandemia. Ainda nesse bloco, outro destaque é a diversidade, a equidade e a inclusão, que coloca luz em um assunto ignorado por muitas organizações. Mas, a evolução vem, e as empresas precisam se adaptar e falar sobre o assunto. Sem diálogo, não há crescimento.

Na segunda parte do estudo, o tema são as tendências de ascensão das escolhas individuais. E sabe qual é o principal aspecto dessa tendência? A saúde e o bem-estar na gestão de pessoas. Um exemplo claro desse tema foi visto esses dias nas Olimpíadas de Tokyo. A super ginasta americana Simone Biles trouxe à tona o assunto quando decidiu não competir por não estar bem mentalmente, mesmo quando era a favorita. Sem dúvidas, a atitude de Biles causou estranheza em muita gente, mas colocou o assunto em pauta. No futuro próximo, flexibilidade, autonomia e as escolhas de cada um contarão e deverão ser respeitadas; e a saúde mental será tão importante quanto a física. Dados da OMS apontam que, até 2030, a depressão será a principal causa de invalidez, ultrapassando problemas como doenças cardíacas e neuro vasculares. E com essa previsão não dá para brincar. Ou as coisas mudam, ou em menos de 10 anos, estaremos mais depressivos e improdutivos.

O estudo da Manpower e do O Futuro das Coisas ainda destaca as tendências das novas configurações do trabalho, enfatizando a escassez de talentos, e a revolução tecnológica que já estamos vivendo e assusta muita gente. De acordo com o estudo, a automação é um caminho sem volta e a colaboração homem-máquina . Para finalizar, o destaque são os novos papéis das empresas, estabelecendo que as organizações precisarão se posicionar em questões sociais.

O estudo é bastante completo, provocativo e nos faz refletir sobre o futuro. Em alguns momentos causa estranheza; em outros, ansiedade e receio. Mas, sem dúvida, é uma excelente iniciativa para que possamos agir, estudar, começar a mudança e, principalmente, nos prepararmos para ser parte dela. O material é gratuito e pode ser baixado no link. Vale muito a pena conferir!

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