O PCdoB passa por uma situação difícil e já faz algum tempo. Em 2018, os resultados ruins levaram o partido a uma primeira fusão, oficializada em 2019, com o antigo Partido Pátria Livre (PPL).
Na época, o PPL seria extinto por causa de seu resultado ruim nas urnas. O PCdoB também quase virou uma página nos livros de História, ao alcançar apenas 1,35% de votos válidos nacionais, quando o mínimo para não ser extinto é 1,5%.
Mas, o problema não foi resolvido, apenas empurrado por mais quatro anos.
Os comunistas fizeram nove deputados federais e o PPL tinha eleito um parlamentar. Ainda tinha como piorar.
Apesar de ter ficado com dez deputados para o cálculo de verbas eleitorais no TSE, o PCdoB, agora contando com o PPL, foi vendo alguns saírem.
Hoje, a bancada do partido só tem sete deputados. Vai chegar mais enfraquecido para a eleição de 2022 do que em 2018. É um fim anunciado para a sigla tradicional da política brasileira.
A solução vem sendo construída desde 2019, e passa pelo PSB. Flávio Dino (PCdoB) pretende concorrer em alguma chapa nacional pela presidência, ou até como vice.
Hoje, junto com a presidente do partido e vice-governadora de PE, Luciana Santos, Dino é o maior nome do grupo. Internamente, o governador do Maranhão já avisou que ou o PCdoB aceita se fundir com o PSB, ou ele faz as malas, deixa o partido, e vai sozinho com os socialistas.
Se a fusão ocorrer, o PSB deve passar a ter 37 parlamentares, sai da nona posição entre as maiores siglas da Câmara e assume a quinta posição.
Caso a fusão dê certo, o PSB deixaria pra trás o PSDB e o MDB em número de parlamentares. Isso apenas em um primeiro momento, porque uma ala mais ao centro do PT também promete filiar-se ao PSB para 2022.
A fusão resolveria uma outra preocupação do PSB, com Luciana Santos. A vice-governadora pode assumir o governo no ano que vem por nove meses, caso o atual governador, Paulo Câmara (PSB), saia para disputar outro cargo.
Se isso acontecer e ela, ao invés de presidente do PCdoB, estiver no PSB após a fusão, a chance de ela querer disputar uma reeleição, e atrapalhar os planos de Geraldo Julio (PSB) disputar o governo, seriam quase nulas.