A decisão do ministro Edson Fachin, do STF, que anulou os processos de Lula em Curitiba, diz mais sobre o ex-juiz Sergio Moro do que sobre Lula (PT).
É preciso deixar claro que Lula não foi declarado inocente, porque é isso que os petistas tentarão vender. Ser julgado por magistrados e promotores vaidosos e incompetentes não faz do réu um santo.
Há duas repercussões muito imediatas no mundo político e que devem transformar as discussões nos próximos dias. A primeira é de ambiente e de fundo moral. Todo político corrupto, nesta segunda-feira (8), sentiu-se um pouco mais aliviado.
O ambiente já vinha melhorando para eles, com o desmonte que Bolsonaro promoveu das forças de combate à corrupção.
Tudo já estava mais tranquilo para esses políticos quando o Brasil voltou a ser um país em que poderosos não pagam por seus crimes se forem amigos do poder. Os escândalos recentes com rachadinhas, compra de mansão, tráfico de influência de membros do governo, entre outros, são um exemplo.
A segunda repercussão é política. Já foi dito aqui: o melhor cenário possível para Bolsonaro é disputar uma eleição contra Lula, cultivar sua bolha e incentivar o voto nulo dos que não conseguem escolher o petista, nem aguentam mais o atual presidente.
Ao se liberar Lula para a eleição, Bolsonaro pode ter sido ajudado.
Agora, é aguardar por pesquisas para tentar entender como as pessoas aceitam, e se aceitam, o ex-presidente de novo.
Também é aguardar para ver se Bolsonaro vai continuar esticando a corda com todo mundo, ou vai mudar de estratégia e voltar a falar em "liberalismo" e "combate à corrupção", pra se diferenciar de Lula desde agora.
Serão os próximos capítulos.