A decisão de Geraldo Julio (PSB) de não ser candidato ao Governo de Pernambuco em 2022 agitou os bastidores do PSB.
A ordem dentro do partido é continuar sustentando a ideia de que o ex-prefeito do Recife será, sim, candidato, e que "não há plano B", enquanto uma alternativa de peso é encontrada, para não transparecer um vácuo.
Nisso, o ex-presidente do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, tornou-se a principal aposta do PSB.
Múcio, que também foi ministro do governo Lula e deputado federal, já recebeu contatos de integrantes do partido tentando convencê-lo, ao menos, a conversar de maneira mais aprofundada, o que ainda não ocorreu. Em entrevista à Rádio Jornal, o ex-ministro disse se sentir "constrangido em discutir eleição no momento que o país atravessa".
De amigos com quem conversou após o contato do PSB, Múcio tem ouvido, como conselho, que "não deveria se dispor a salvar o PSB do desespero.".
A expressão dá o tom de como a desistência de Geraldo mexeu com o partido e como o PSB estava dependente do próprio roteiro.
O "desespero" do PSB, entende-se, não é apenas o de não ter um nome competitivo, mas as consequências disso. Em política não pode existir vácuo, pois imediatamente alguém ocupa o espaço.
Hoje se sabe que parlamentares do PSB começaram a pressionar para disputar, eles mesmos, o Palácio, gerando disputa interna. O vácuo também fez com que partidos aliados, externos, começassem a apresentar "possibilidades" que não teriam um socialista na cabeça da chapa.
A "sugestão" de alguns para que Paulo Câmara (PSB) seja candidato ao Senado e não a deputado federal, faz parte disso. Seria uma forma de tirar o PSB da disputa pelo governo.
Múcio seria a solução perfeita para todos os problemas do PSB. Experiente, reconhecido, com um currículo público exemplar, iria neutralizar, imediatamente qualquer ambição externa.
O problema é que ele, por enquanto, não quer.