O presidente Jair Bolsonaro não decidiu ainda, entre PP e PL, para qual partido vai porque, na verdade, ele já decidiu que quer os dois.
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Em setembro, foi publicada a lei que permite aos partidos se unirem no que vai ser chamado de Federações de Partidos. Numa combinação com o Centrão, Bolsonaro vetou para que o veto fosse derrubado.
Vetou porque a ideia era muito defendida pelo PCdoB, que corria o risco de deixar de existir, pela falta de votos e proibição de coligações, mas o presidente viu uma oportunidade também.
Bolsonaro e a esquerda aproveitarem os mesmos subterfúgios, aliás, é algo que tem sido comum ultimamente.
As federações devem mexer de forma radical na estrutura de todas as negociações que estão sendo traçadas atualmente. E é por isso que definições sobre palanques estão tão travadas.
Caso o PP e o PL se unam em uma federação, como quer Bolsonaro, isso atingiria diretamente Pernambuco, por exemplo. Aqui, PP e PL estão em lados opostos.
O PP, comandado por Eduardo da Fonte, briga por uma vaga para a disputa ao Senado na Frente Popular, junto ao PSB. São aliados há 15 anos.
Já o PL, que tem à frente o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, está entre lançar o próprio presidente estadual a governador ou senador na chapa da oposição ao PSB.
Acontece que as coligações são verticais, e o que for decidido em Brasília deve ser obedecido nos estados.
Se isso acontecer, Eduardo da Fonte e Anderson Ferreira terão que sentar para conversar. Serão obrigados a ficar juntos.
Pode embolar tudo.