Bolsonaro decidiu se filiar ao PL após dois anos sem nenhum partido, depois de ser eleito no PSL que usou como partido de aluguel, depois de ter sido deputado federal, ao longo de quase três décadas, filiado ao PPR (1993-95), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005), PP (2005-2016) e PSC (2016-2017).
Bolsonaro é o maior símbolo do sistema partidário falido que dá base à democracia brasileira.
O fato de ele ter passado dois anos sem estar ligado a nenhuma sigla é a prova de que, em muitas situações, os partidos políticos servem apenas de acomodação eleitoral.
Precisa disputar eleição, procura um lugar que o caiba e sirva para descarte futuro.
Do outro lado do balcão, os partidos se beneficiam de figuras desse tipo, sem nenhum compromisso com a instituição representativa e o benefício é financeiro, com auxílio da lei eleitoral.
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Os grandes puxadores de voto ajudam a conquistar mais cadeiras no parlamento e a receber mais verbas dos fundos sem fundo abastecidos com dinheiro do contribuinte.
O fim das doações privadas de campanha, pretensa solução contra a corrupção, acabou transformando os partidos brasileiros em grandes e muito lucrativas empresas.
Bolsonaro, hoje no PL, amanhã ninguém sabe, é o maior símbolo de como o sistema está equivocado. E um indício de como a representação partidária está se dissolvendo no país.
As consequências ainda são imprevisíveis.