Donos de escolas particulares de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, realizam uma reunião, na próxima terça-feira (12), para cobrar da gestão municipal a liberação das aulas presenciais para a educação infantil. Embora o governo estadual tenha autorizado o retorno das crianças desde 24 de novembro em todos os municípios de Pernambuco, a prefeitura de Jaboatão não permitiu que essa etapa da educação básica voltasse para o ensino presencial, argumentando que os indicadores da covid-19 na cidade não davam segurança para isso.

Os proprietários dos colégios privados afirmam que a proibição está afetando a renovação de matrículas para 2021, assim como a chegada de novos alunos. A reunião será às 14h30, terça-feira, no Colégio Divino Mestre, em Piedade. Segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe), que convocou a reunião, Jaboatão tem cerca de 200 escolas particulares, das quais 85% oferecem educação infantil.

"Jaboatão é a única cidade de Pernambuco que proibiu o retorno da educação infantil na rede privada. Entendemos a preocupação com a covid-19, mas as escolas particulares do Estado mostraram que são capazes de cumprir o protocolo sanitário da educação", diz o presidente do Sinepe, José Ricardo Diniz. Para o encontro serão convidados o prefeito, Anderson Ferreira, e representantes das Secretarias Municipais de Educação e de Saúde.

"As crianças estão sendo muito prejudicadas com o afastamento da escola. Não só pela dificuldade de aprendizagem, mas também por questões emocionais. Muitas famílias nos relatam o desejo de que as aulas voltem para a educação infantil", diz a proprietária da Escola Polichinelo, Guilhermina Arcoverde. O colégio, localizado em Piedade, tem 184 alunos na educação infantil.

AUDIÊNCIA

Na véspera da reunião da semana que vem, na segunda-feira (11), haverá uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Jaboatão para tratar do mesmo assunto. A secretária municipal de Educação, Ivaneide Dantas, foi convidada para explicar aos vereradores as justificativas para a proibição das aulas presenciais na educação infantil.

Em novembro passado, quando comunicou aos colégios privados que eles não poderiam reabrir, a secretária argumentou que não seria possível o retorno às aulas presenciais porque a cidade estava com indicador vermelho da covid-19.

As métricas foram criadas levando em consideração informações como o número de casos confirmados no município, o número de internações clínicas, o número de óbitos e a ocupação de leitos de UTI regulados pelo Estado. Os outros indicadores são verde (seguro) e amarelo (alerta).